domingo, 26 de junho de 2011

00:09

Essas memórias um dia foram carne, possuíam nome e calor, e agora me pego tentando arrancá-las de mim usando essa máquina fria, tentando convertê-las em números e sequências.
Talvez assim, codificando pedaço por pedaço, eu consiga me livrar do peso que elas representam, consiga dizer adeus aos milhares de fantasmas que encontro em cada milímetro dessa cidade, e quem sabe até, consiga fazer com que elas parem de sugar o pouco de saúde que me resta.
Mas, não é simples mexer em feridas que ainda sangram com tamanha vontade, chego a pensar que no fundo sou só isso, algo que existe para mantê-las abertas e pulsando, ou talvez, seja essa pulsação que mantêm meu coração batendo e me levando sempre para o lado errado do pensamento, me fazendo odiar cada segundo que ainda não vivi, criando perguntas e mais perguntas sobre o que diabos é essa minha vida caótica, descontrolada e cheia de horas (algumas até felizes).
Realmente não me importo com o rumo dessas coisas que escrevo, não me importa se estão certas, erradas ou simplesmente parecem idiotice, o que importa pra mim, é que agora posso deitar e tentar dormir, já que este texto, está do lado de fora.