Eu tento, me debato na água em uma tentativa inútil de não afundar. Eu choro por saber que o amor que sinto está me matando. Não o amor como dizem, não o amor por uma pessoa, mas o meu amor. O amor que sinto me impede de levar uma vida comum. Me impede de ter um emprego normal. Me impede de ter sonhos normais. Me impede de respirar oxigênio puro pela manhã. Isso me contorce à cada segundo e me faz se debater mais e mais nesse oceano esquizofrênico, quando o mais sensato a se fazer era simplesmente parar de se mover e afundar em uma onda de mutilação. Os sonhos morrem um à um, dia após dia. As metas se distanciam como velocistas em uma linha reta e meu corpo sedentário apenas rasteja no asfalto.
Previ o futuro 9 vezes, e se agora não consigo mais espiá-lo, quer dizer que não existe. Não foi escrito.
Tinta desperdiçada com pensamentos filosóficos de segunda, que nunca corresponderam à minha época (ou minha tristeza). A sensação de afogamento nunca me abandona, eu me debatendo ou não, então eu começo a me perguntar qual é a diferença? Tentando ou não tentando os resultados são iguais. As perguntas são parecidas, a resposta é sempre a mesma. Covardia até mesmo de escolher o fim, de colocar um ponto final em tudo. Como posso ser tão inútil? Tão comum, medíocre e sem rumo? De que serve Sartre à um atendente de fast-food? Estou perdendo o controle da minha doce histeria. Estou perdendo o conforto da minha tristeza e meus ossos frágeis não irão aguentar outro golpe. Estou cansado de fabricar sempre, as mesmas desculpas. Estou afundando...
In a wave of mutilation.
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
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Sou,
Uma miserável pilha de segredos
Máquina óssea obsoleta
Remoendo expectativas vencidas.
Procurando uma direção em 5 pontas de estrela
Reacendendo cigarros apagados na metade.
Escravo de um amor invertido
Do olhar pervertido.
O que sou além do reflexo de meus medos?
Vagabundo iluminado.
Dependente da emoção
Meu vício,
A ilusão.
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your name here.
domingo, 16 de setembro de 2012
Meds.
Eu tento, Deus sabe o quanto eu tento, mas quando viro para o lado você está lá, nos meus braços.
O toque do meu celular me entrega. Você. Você está lá. Você está aqui bem no meio do Lá maior.
Alpine White, dourado vintage. Eu mandaria uma menagem em uma garrafa, mas meus defeitos falariam alto outra vez. Eu correria, engordaria, deixaria disso, deixaria daquilo, mas você não veria. Nem teria como saber, eu estou trancando tudo, jogando as chaves fora. Registrando as playlists em cartório. Vendendo isso, vendendo aquilo. Sabe, não faz mas sentido sonhar com você, nunca está lá, nunca esteve. Eu sorrio, vou em frente mais um pouco, sobreviver é minha sina. Fazer de conta que estou lutando por alguma coisa ocupa minha cabeça, desviar o olhar quando vejo seu nome é mais seguro. Eu queria te contar sobre as milhares de páginas que tenho lido, sobre as pesquisas, sobre o universo, sobre tudo, mas não. Me manter distante e afastado, como se tudo isso fosse outra realidade é o certo. Nemo, eu não quero chegar aos 118 anos. Não quero ter todas aquelas vidas. Eu não quero ir com minha mãe, não quero ficar com meu pai. Deus, o que eu estou tentando dizer? Você nunca vai entender! É desperdício de tempo e dinheiro outra vez... Maldito sotaque, nunca consigo entender o final do refrão. Eu só queria que você entendesse o quanto dói saber que no fim, atirei uma amizade pela janela. A melhor.
Eu tentaria, mas nem com toda a cola do mundo eu iria conseguir arrumar as coisas.
Me desculpe.
O toque do meu celular me entrega. Você. Você está lá. Você está aqui bem no meio do Lá maior.
Alpine White, dourado vintage. Eu mandaria uma menagem em uma garrafa, mas meus defeitos falariam alto outra vez. Eu correria, engordaria, deixaria disso, deixaria daquilo, mas você não veria. Nem teria como saber, eu estou trancando tudo, jogando as chaves fora. Registrando as playlists em cartório. Vendendo isso, vendendo aquilo. Sabe, não faz mas sentido sonhar com você, nunca está lá, nunca esteve. Eu sorrio, vou em frente mais um pouco, sobreviver é minha sina. Fazer de conta que estou lutando por alguma coisa ocupa minha cabeça, desviar o olhar quando vejo seu nome é mais seguro. Eu queria te contar sobre as milhares de páginas que tenho lido, sobre as pesquisas, sobre o universo, sobre tudo, mas não. Me manter distante e afastado, como se tudo isso fosse outra realidade é o certo. Nemo, eu não quero chegar aos 118 anos. Não quero ter todas aquelas vidas. Eu não quero ir com minha mãe, não quero ficar com meu pai. Deus, o que eu estou tentando dizer? Você nunca vai entender! É desperdício de tempo e dinheiro outra vez... Maldito sotaque, nunca consigo entender o final do refrão. Eu só queria que você entendesse o quanto dói saber que no fim, atirei uma amizade pela janela. A melhor.
Eu tentaria, mas nem com toda a cola do mundo eu iria conseguir arrumar as coisas.
Me desculpe.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
New year's bathroom magic
Sangrando. Implorando por qualquer coisa
Derretimento da minha alma fora de controle, eu quero parar
Abandone esse plano, fuja, não faz sentido
Implorar, eu odeio implorar. Rastejo
Roubaram todas as palavras que tentei dizer naquele momento
Roubaram todos aqueles momentos em que as palavras sobravam
Eu sinto falta de um cúmplice, alguém para levar a culpa
Sinto falta da lâmina enferrujada na pele macia
A perseguição e os policiais estúpidos tropeçando em suas barrigas
Não sou calmo, não sou assim, não sou isso
Ovelhas vão para o céu, bodes vão para o inferno
Não há nenhuma lógica no processo seletivo, eu sei
Me amarre no porta-malas com o cadarço marrom do meu sapato
Me leve até aquele velho rio onde tudo começou
Para que eu possa afundar e viver
Com todos os filhos que matei
Os filhos que criei.
Derretimento da minha alma fora de controle, eu quero parar
Abandone esse plano, fuja, não faz sentido
Implorar, eu odeio implorar. Rastejo
Roubaram todas as palavras que tentei dizer naquele momento
Roubaram todos aqueles momentos em que as palavras sobravam
Eu sinto falta de um cúmplice, alguém para levar a culpa
Sinto falta da lâmina enferrujada na pele macia
A perseguição e os policiais estúpidos tropeçando em suas barrigas
Não sou calmo, não sou assim, não sou isso
Ovelhas vão para o céu, bodes vão para o inferno
Não há nenhuma lógica no processo seletivo, eu sei
Me amarre no porta-malas com o cadarço marrom do meu sapato
Me leve até aquele velho rio onde tudo começou
Para que eu possa afundar e viver
Com todos os filhos que matei
Os filhos que criei.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Bullet proof... I wish I was...
Eu gostaria de ter o controle sobre meu corpo, sobre minha fome, minha memória e minha libido. Talvez seja só uma questão de desativar todos os mecanismos de defesa escondidos entre a tinta, mas isso eu só irei descobrir em algum tempo. Eu gostaria de ser blindado. Indestrutível, sem o temor de tremer perante aquelas que um dia sufocaram meu coração. Eu gostaria de não ser tão maleável, principalmente quando embriagado, mas eu não teria o lindo depósito de desculpas que isso proporciona. Eu gostaria de ser um pouco mais bem humorado, menos sarcástico, mas a vida não é Vanilla Sky. Eu gostaria de ter uma ambição concreta, algo além de desejar aquela Jazzmaster '68. Isso não é futuro. Eu gostaria de sentir alguma coisa quando esbarro com uma foto de alguém morto e despedaçado, mas eu sei que as pessoas morrem o tempo inteiro, e que as pessoas só se importam ou comentam alguma coisa quando um corpo aparece no meio da rua. Eu gostaria de me sentir normal, mesmo sabendo que isso aniquilaria a forma que conheço como "eu". Eu gostaria de conversar com uma virgem, para tirar a má impressão das 9. Eu gostaria de ter sono e não sentir a necessidade de escrever essas palavras, mesmo sabendo que para alguém isso deve fazer algum sentido. Eu gostaria de estar bêbado, uma ressaca amanhã não me faria tão mal. Eu gostaria de saber o que quero, decidir de uma vez um ponto final. Eu gostaria de saber onde fica o fim, para poder correr até lá e dizer adeus.
Eu gostaria...
de me conhecer.
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