Eu tento, me debato na água em uma tentativa inútil de não afundar. Eu choro por saber que o amor que sinto está me matando. Não o amor como dizem, não o amor por uma pessoa, mas o meu amor. O amor que sinto me impede de levar uma vida comum. Me impede de ter um emprego normal. Me impede de ter sonhos normais. Me impede de respirar oxigênio puro pela manhã. Isso me contorce à cada segundo e me faz se debater mais e mais nesse oceano esquizofrênico, quando o mais sensato a se fazer era simplesmente parar de se mover e afundar em uma onda de mutilação. Os sonhos morrem um à um, dia após dia. As metas se distanciam como velocistas em uma linha reta e meu corpo sedentário apenas rasteja no asfalto.
Previ o futuro 9 vezes, e se agora não consigo mais espiá-lo, quer dizer que não existe. Não foi escrito.
Tinta desperdiçada com pensamentos filosóficos de segunda, que nunca corresponderam à minha época (ou minha tristeza). A sensação de afogamento nunca me abandona, eu me debatendo ou não, então eu começo a me perguntar qual é a diferença? Tentando ou não tentando os resultados são iguais. As perguntas são parecidas, a resposta é sempre a mesma. Covardia até mesmo de escolher o fim, de colocar um ponto final em tudo. Como posso ser tão inútil? Tão comum, medíocre e sem rumo? De que serve Sartre à um atendente de fast-food? Estou perdendo o controle da minha doce histeria. Estou perdendo o conforto da minha tristeza e meus ossos frágeis não irão aguentar outro golpe. Estou cansado de fabricar sempre, as mesmas desculpas. Estou afundando...
In a wave of mutilation.
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