quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ether/Loveless

É como ter areia entre os olhos, agulhas nos músculos. Ácido lático.
Você não faz ideia dos termos que está usando para jogar coisas na minha cara.
Me enfurecendo. Se desperdiçando. Me trazendo nicotina.
Eu sentaria em frente à janela do seu apartamento no 30° andar para ver você se jogar.
Eu prometeria mentir sobre o seu sexo. Não.
Me contorcendo, esfarelando perante sua maldita imagem.
Um estúpido fragmento de você sem roupa no canto esquerdo do meu cérebro.
Outro pedaço de ferro cromado enfiado em meu tórax. "Into the pink."
Como a vontade de viver entre seus rins, seu berçário de poliuretano rosa.
Não há como fugir. Eu estou na falha dos seus olhos. Na sua respiração.
Na calcinha velha que você não consegue queimar. No seu sangue.
- E todas as futuras gerações serão amaldiçoadas pois minha marca está entre suas linhas-
Estou escondido no sorriso que você dá toda manhã tentando acreditar.
Me arrastando entre seus dias, tropeçando nas palavras.
Um velho truque que canto quando chove.

-Me ama em seus pesadelos.


(Todo dia é como o anterior, com uma nuvem negra no céu. Não faça nenhum som e poderá ouvir seu fim. Não chore, só feche seus olhos de criança e vá para onde quiser, não é tão mal assim.)








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