terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pedaços.

Eu sento para escrever e minhas pernas queimam. Completamente sozinho. Eu desejei isso. O silêncio.
Não reconheço os lugares por onde caminhamos. Não reconheço o sentimento das músicas que danço.
Eu não gosto do meu cabelo. Eu amo minhas guitarras. O simples fato de você amar uma coisa já o suficiente para que te odeiem. Eu passo mal e me debato na cama. Eu choro até apagar por coisas que eu não sei. Eu estou bem, saio da cama e sorrio. Levanto e limpo a casa. Cozinho e ouço Placebo. Eu morro. Eu quebro coisas. Eu mato pessoas. Eu choro de novo. Eu olho para o sol e aproveito a cegueira temporária. Eu estou curado. Piloto automático. Eu tenho orelhas normais agora. Uma tatuagem nova. Um sentimento antigo. Sua mentira. Esperança no que não existe. Eu quero acordar diferente. Eu quero acordar sem o sufocamento da sua companhia. Eu quero acordar sem as frases estúpidas e as piadas sem graça. Eu tenho vergonha do que senti. Tenho vergonha de ter caído em um truque que eu mesmo ajudei a criar. Me sinto diluído em cerveja barata. Me sinto desintegrado entre notas de sintetizadores oitentistas. Esmagado por suas palavras. Esmagado entre suas pernas. Sinto falta de odiar alguma coisa mais do que a mim mesmo. Sinto falta de amar alguma coisa mais do que a mim mesmo. Desejo felicidade e que tudo de certo, e dessa vez não desejo que seja para mim. Eu consegui o que queria.
Mudei. Não sei de quê para quê, mas essa facada entre os rins me colocou no lugar. Eu começo a chorar. Não estou triste, não estou deprimido. É tudo uma dor esquisita. Talvez seja a dor de tentar organizar os cacos que continuam espalhados pelo chão da sua memória.



( é impossível transformar o tudo em nada ).

2 comentários:

  1. Olá querido
    que visceral hein?
    este tipo de texto, esse estilo... pelo que li dá pra ver que você se desenvolve bem.

    muito legal!
    vou seguir teu blog

    bjs

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    Respostas
    1. Obrigado pela leitura e análise ^^
      sou só mais alguém perdido entre memórias.
      enquanto houver palavras para arrancar da pele haverá textos, não sei se isso é um estilo.

      segui o seu blog também, adorei o "VI - Clitóris", parabéns.
      abraço

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