quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Take #9 - New York Telephone Conversation

Vamos baby, segure a minha mão, eu te ensino. Puxe o gatilho, não o aperte. Calcule o tempo e o impacto, destrua esse crânio. Vê essa gosma amarelada? É ai que moram as ideias. Puxe o gatilho mais uma vez, mire um pouco mais embaixo. Vê este sangue escuro? Provavelmente você perfurou o fígado. Deixe-a aí, está feito. Você não deveria me amar. Você não deveria estar ao meu lado nas madrugadas frias. Você não deveria me esquentar com seu corpo nu enquanto tenho crises de abstinência. Eu me perco em seu quadril. Eu descanso entre seus seios perfeitamente desenhados, e todo esse conforto é realmente assustador. Eu te profanei quando peguei sua mão e te fiz feliz. Para um velho pecador, essa é a menor coisa para se preocupar no momento. Nós deveríamos sorrir e transar ao invés de se afundar nessas torturas matinais. Você não imagina a quantidade de dor pura que me causa, enquanto eu me distancio cada vez mais da vida. Somos uma canção ruim do Lou Reed. Somos um disco ruim de David Bowie. Eu quero ser o sexo com Portishead, e você sabe disso. Não me culpe, eu sou todo remendado. Não se culpe, você não teria como saber a hora certa de aparecer. Eu prometo que você nunca mais irá matar alguém, desde que esteja disposta a se jogar no sofá e esquecer quem sou eu. Deixe isso para depois, temos dois problemas mais importantes agora. Um corpo novo para esconder e um velho amor para evitar.
Arranque minha roupa e cale a minha boca.

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