Abri os olhos e encontrei outro teto não familiar. O 38° esse ano. A velha sensação de acordar em um lugar estranho continua péssima. A textura e a tinta da parede me dizem que devo ir embora, e logo. Esse não é o meu lugar, esse não é o meu mundo. Tento puxar o lençol e levantar sem que ela acorde. Odeio dar explicações pela manhã. Durante essa simples tarefa eu percebo como é cansativo viver no limite de dois mundos - o que não é meu e o que não é dela- . Como é cansativo viver no espaço vazio. Como é perigoso viver sobre essa linha tênue que mantêm as coisas unidas. Andando em uma corda bamba, entre as coisas que odeio e o medo do total desconhecido.
Estou ficando sem desculpas.
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