sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Doomsday Clock
9 - (X)
8 - (X)
7 - (X) infelizmente doeu completar essa
6 - (X)
5 -
4 -
3 -
2 -
1-
End
domingo, 28 de outubro de 2012
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
Wave of mutilation
Eu tento, me debato na água em uma tentativa inútil de não afundar. Eu choro por saber que o amor que sinto está me matando. Não o amor como dizem, não o amor por uma pessoa, mas o meu amor. O amor que sinto me impede de levar uma vida comum. Me impede de ter um emprego normal. Me impede de ter sonhos normais. Me impede de respirar oxigênio puro pela manhã. Isso me contorce à cada segundo e me faz se debater mais e mais nesse oceano esquizofrênico, quando o mais sensato a se fazer era simplesmente parar de se mover e afundar em uma onda de mutilação. Os sonhos morrem um à um, dia após dia. As metas se distanciam como velocistas em uma linha reta e meu corpo sedentário apenas rasteja no asfalto.
Previ o futuro 9 vezes, e se agora não consigo mais espiá-lo, quer dizer que não existe. Não foi escrito.
Tinta desperdiçada com pensamentos filosóficos de segunda, que nunca corresponderam à minha época (ou minha tristeza). A sensação de afogamento nunca me abandona, eu me debatendo ou não, então eu começo a me perguntar qual é a diferença? Tentando ou não tentando os resultados são iguais. As perguntas são parecidas, a resposta é sempre a mesma. Covardia até mesmo de escolher o fim, de colocar um ponto final em tudo. Como posso ser tão inútil? Tão comum, medíocre e sem rumo? De que serve Sartre à um atendente de fast-food? Estou perdendo o controle da minha doce histeria. Estou perdendo o conforto da minha tristeza e meus ossos frágeis não irão aguentar outro golpe. Estou cansado de fabricar sempre, as mesmas desculpas. Estou afundando...
In a wave of mutilation.
Previ o futuro 9 vezes, e se agora não consigo mais espiá-lo, quer dizer que não existe. Não foi escrito.
Tinta desperdiçada com pensamentos filosóficos de segunda, que nunca corresponderam à minha época (ou minha tristeza). A sensação de afogamento nunca me abandona, eu me debatendo ou não, então eu começo a me perguntar qual é a diferença? Tentando ou não tentando os resultados são iguais. As perguntas são parecidas, a resposta é sempre a mesma. Covardia até mesmo de escolher o fim, de colocar um ponto final em tudo. Como posso ser tão inútil? Tão comum, medíocre e sem rumo? De que serve Sartre à um atendente de fast-food? Estou perdendo o controle da minha doce histeria. Estou perdendo o conforto da minha tristeza e meus ossos frágeis não irão aguentar outro golpe. Estou cansado de fabricar sempre, as mesmas desculpas. Estou afundando...
In a wave of mutilation.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
____________________________________
Sou,
Uma miserável pilha de segredos
Máquina óssea obsoleta
Remoendo expectativas vencidas.
Procurando uma direção em 5 pontas de estrela
Reacendendo cigarros apagados na metade.
Escravo de um amor invertido
Do olhar pervertido.
O que sou além do reflexo de meus medos?
Vagabundo iluminado.
Dependente da emoção
Meu vício,
A ilusão.
_____________________________________________________________
your name here.
domingo, 16 de setembro de 2012
Meds.
Eu tento, Deus sabe o quanto eu tento, mas quando viro para o lado você está lá, nos meus braços.
O toque do meu celular me entrega. Você. Você está lá. Você está aqui bem no meio do Lá maior.
Alpine White, dourado vintage. Eu mandaria uma menagem em uma garrafa, mas meus defeitos falariam alto outra vez. Eu correria, engordaria, deixaria disso, deixaria daquilo, mas você não veria. Nem teria como saber, eu estou trancando tudo, jogando as chaves fora. Registrando as playlists em cartório. Vendendo isso, vendendo aquilo. Sabe, não faz mas sentido sonhar com você, nunca está lá, nunca esteve. Eu sorrio, vou em frente mais um pouco, sobreviver é minha sina. Fazer de conta que estou lutando por alguma coisa ocupa minha cabeça, desviar o olhar quando vejo seu nome é mais seguro. Eu queria te contar sobre as milhares de páginas que tenho lido, sobre as pesquisas, sobre o universo, sobre tudo, mas não. Me manter distante e afastado, como se tudo isso fosse outra realidade é o certo. Nemo, eu não quero chegar aos 118 anos. Não quero ter todas aquelas vidas. Eu não quero ir com minha mãe, não quero ficar com meu pai. Deus, o que eu estou tentando dizer? Você nunca vai entender! É desperdício de tempo e dinheiro outra vez... Maldito sotaque, nunca consigo entender o final do refrão. Eu só queria que você entendesse o quanto dói saber que no fim, atirei uma amizade pela janela. A melhor.
Eu tentaria, mas nem com toda a cola do mundo eu iria conseguir arrumar as coisas.
Me desculpe.
O toque do meu celular me entrega. Você. Você está lá. Você está aqui bem no meio do Lá maior.
Alpine White, dourado vintage. Eu mandaria uma menagem em uma garrafa, mas meus defeitos falariam alto outra vez. Eu correria, engordaria, deixaria disso, deixaria daquilo, mas você não veria. Nem teria como saber, eu estou trancando tudo, jogando as chaves fora. Registrando as playlists em cartório. Vendendo isso, vendendo aquilo. Sabe, não faz mas sentido sonhar com você, nunca está lá, nunca esteve. Eu sorrio, vou em frente mais um pouco, sobreviver é minha sina. Fazer de conta que estou lutando por alguma coisa ocupa minha cabeça, desviar o olhar quando vejo seu nome é mais seguro. Eu queria te contar sobre as milhares de páginas que tenho lido, sobre as pesquisas, sobre o universo, sobre tudo, mas não. Me manter distante e afastado, como se tudo isso fosse outra realidade é o certo. Nemo, eu não quero chegar aos 118 anos. Não quero ter todas aquelas vidas. Eu não quero ir com minha mãe, não quero ficar com meu pai. Deus, o que eu estou tentando dizer? Você nunca vai entender! É desperdício de tempo e dinheiro outra vez... Maldito sotaque, nunca consigo entender o final do refrão. Eu só queria que você entendesse o quanto dói saber que no fim, atirei uma amizade pela janela. A melhor.
Eu tentaria, mas nem com toda a cola do mundo eu iria conseguir arrumar as coisas.
Me desculpe.
segunda-feira, 10 de setembro de 2012
New year's bathroom magic
Sangrando. Implorando por qualquer coisa
Derretimento da minha alma fora de controle, eu quero parar
Abandone esse plano, fuja, não faz sentido
Implorar, eu odeio implorar. Rastejo
Roubaram todas as palavras que tentei dizer naquele momento
Roubaram todos aqueles momentos em que as palavras sobravam
Eu sinto falta de um cúmplice, alguém para levar a culpa
Sinto falta da lâmina enferrujada na pele macia
A perseguição e os policiais estúpidos tropeçando em suas barrigas
Não sou calmo, não sou assim, não sou isso
Ovelhas vão para o céu, bodes vão para o inferno
Não há nenhuma lógica no processo seletivo, eu sei
Me amarre no porta-malas com o cadarço marrom do meu sapato
Me leve até aquele velho rio onde tudo começou
Para que eu possa afundar e viver
Com todos os filhos que matei
Os filhos que criei.
Derretimento da minha alma fora de controle, eu quero parar
Abandone esse plano, fuja, não faz sentido
Implorar, eu odeio implorar. Rastejo
Roubaram todas as palavras que tentei dizer naquele momento
Roubaram todos aqueles momentos em que as palavras sobravam
Eu sinto falta de um cúmplice, alguém para levar a culpa
Sinto falta da lâmina enferrujada na pele macia
A perseguição e os policiais estúpidos tropeçando em suas barrigas
Não sou calmo, não sou assim, não sou isso
Ovelhas vão para o céu, bodes vão para o inferno
Não há nenhuma lógica no processo seletivo, eu sei
Me amarre no porta-malas com o cadarço marrom do meu sapato
Me leve até aquele velho rio onde tudo começou
Para que eu possa afundar e viver
Com todos os filhos que matei
Os filhos que criei.
terça-feira, 4 de setembro de 2012
Bullet proof... I wish I was...
Eu gostaria de ter o controle sobre meu corpo, sobre minha fome, minha memória e minha libido. Talvez seja só uma questão de desativar todos os mecanismos de defesa escondidos entre a tinta, mas isso eu só irei descobrir em algum tempo. Eu gostaria de ser blindado. Indestrutível, sem o temor de tremer perante aquelas que um dia sufocaram meu coração. Eu gostaria de não ser tão maleável, principalmente quando embriagado, mas eu não teria o lindo depósito de desculpas que isso proporciona. Eu gostaria de ser um pouco mais bem humorado, menos sarcástico, mas a vida não é Vanilla Sky. Eu gostaria de ter uma ambição concreta, algo além de desejar aquela Jazzmaster '68. Isso não é futuro. Eu gostaria de sentir alguma coisa quando esbarro com uma foto de alguém morto e despedaçado, mas eu sei que as pessoas morrem o tempo inteiro, e que as pessoas só se importam ou comentam alguma coisa quando um corpo aparece no meio da rua. Eu gostaria de me sentir normal, mesmo sabendo que isso aniquilaria a forma que conheço como "eu". Eu gostaria de conversar com uma virgem, para tirar a má impressão das 9. Eu gostaria de ter sono e não sentir a necessidade de escrever essas palavras, mesmo sabendo que para alguém isso deve fazer algum sentido. Eu gostaria de estar bêbado, uma ressaca amanhã não me faria tão mal. Eu gostaria de saber o que quero, decidir de uma vez um ponto final. Eu gostaria de saber onde fica o fim, para poder correr até lá e dizer adeus.
Eu gostaria...
de me conhecer.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
samotna dziewczyna która kochała
Me pega pela mão, mexe no meu cabelo e deixa o vento mudar a direção. É nesse momento que percebo que nem toda a cocaína do mundo te traria de volta. É nesse momento que percebo, que todas as madrugadas que passei enchendo a cara tentando te encontrar foram em vão. Eu me embebedo mais uma vez, acendo outro cigarro e começo a pensar. Começo a reparar que não faço ideia de quem é esse você que eu tanto quero encontrar. Quem é você que esmaga minhas veias quando tento dormir? Você, que sorriu tantas vezes para dentro dos meus olhos e se viu nas minhas pupilas danificadas pela ferrugem?
Eu me pergunto quem é você que sussurra em meus ouvidos perto da hora de acordar. Quem diabos é você afinal? Suas fotos não condizem com sua história. Sua imagem não condiz com o sofrimento que sua maquiagem não consegue cobrir. O que quer de mim? Você levou todos os pedaços de mundo que eu carregava na mochila. Você mudou meu nome, você me deu um nome à mais. Quando essa tortura vai acabar? Desenhamos mapas na farinha antes dela derreter nossa mente, te desenhei um relógio que sempre marcava a hora do almoço, e mesmo assim você... Você sabe o que fez.
Essa é a simples frustração de não poder dar nome ao ódio aqui. A simples frustração de não te conhecer para poder te deletar de vez. Essa é a linda frustração de viver em uma Polônia estampada com vermelho Rússia.
Mas isso você não vai entender, é grande demais para suas 18 polegadas de mundo cromado.
Eu adoraria te salvar, mas eu não conheço você.
Nunca Conheci.
Eu me pergunto quem é você que sussurra em meus ouvidos perto da hora de acordar. Quem diabos é você afinal? Suas fotos não condizem com sua história. Sua imagem não condiz com o sofrimento que sua maquiagem não consegue cobrir. O que quer de mim? Você levou todos os pedaços de mundo que eu carregava na mochila. Você mudou meu nome, você me deu um nome à mais. Quando essa tortura vai acabar? Desenhamos mapas na farinha antes dela derreter nossa mente, te desenhei um relógio que sempre marcava a hora do almoço, e mesmo assim você... Você sabe o que fez.
Essa é a simples frustração de não poder dar nome ao ódio aqui. A simples frustração de não te conhecer para poder te deletar de vez. Essa é a linda frustração de viver em uma Polônia estampada com vermelho Rússia.
Mas isso você não vai entender, é grande demais para suas 18 polegadas de mundo cromado.
Eu adoraria te salvar, mas eu não conheço você.
Nunca Conheci.
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
Ether/Loveless
É como ter areia entre os olhos, agulhas nos músculos. Ácido lático.
Você não faz ideia dos termos que está usando para jogar coisas na minha cara.
Me enfurecendo. Se desperdiçando. Me trazendo nicotina.
Eu sentaria em frente à janela do seu apartamento no 30° andar para ver você se jogar.
Eu prometeria mentir sobre o seu sexo. Não.
Me contorcendo, esfarelando perante sua maldita imagem.
Um estúpido fragmento de você sem roupa no canto esquerdo do meu cérebro.
Outro pedaço de ferro cromado enfiado em meu tórax. "Into the pink."
Como a vontade de viver entre seus rins, seu berçário de poliuretano rosa.
Não há como fugir. Eu estou na falha dos seus olhos. Na sua respiração.
Na calcinha velha que você não consegue queimar. No seu sangue.
- E todas as futuras gerações serão amaldiçoadas pois minha marca está entre suas linhas-
Estou escondido no sorriso que você dá toda manhã tentando acreditar.
Me arrastando entre seus dias, tropeçando nas palavras.
Um velho truque que canto quando chove.
-Me ama em seus pesadelos.
(Todo dia é como o anterior, com uma nuvem negra no céu. Não faça nenhum som e poderá ouvir seu fim. Não chore, só feche seus olhos de criança e vá para onde quiser, não é tão mal assim.)
Você não faz ideia dos termos que está usando para jogar coisas na minha cara.
Me enfurecendo. Se desperdiçando. Me trazendo nicotina.
Eu sentaria em frente à janela do seu apartamento no 30° andar para ver você se jogar.
Eu prometeria mentir sobre o seu sexo. Não.
Me contorcendo, esfarelando perante sua maldita imagem.
Um estúpido fragmento de você sem roupa no canto esquerdo do meu cérebro.
Outro pedaço de ferro cromado enfiado em meu tórax. "Into the pink."
Como a vontade de viver entre seus rins, seu berçário de poliuretano rosa.
Não há como fugir. Eu estou na falha dos seus olhos. Na sua respiração.
Na calcinha velha que você não consegue queimar. No seu sangue.
- E todas as futuras gerações serão amaldiçoadas pois minha marca está entre suas linhas-
Estou escondido no sorriso que você dá toda manhã tentando acreditar.
Me arrastando entre seus dias, tropeçando nas palavras.
Um velho truque que canto quando chove.
-Me ama em seus pesadelos.
(Todo dia é como o anterior, com uma nuvem negra no céu. Não faça nenhum som e poderá ouvir seu fim. Não chore, só feche seus olhos de criança e vá para onde quiser, não é tão mal assim.)
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Nils Bejerot
A falsa ideia de ser livre entre palavras.
A liberdade de poder escolher ser um entre nove.
Você ainda não aprendeu a usar isso.
Uma doença que só sabe o nome.
Uma pena.
A liberdade de poder escolher ser um entre nove.
Você ainda não aprendeu a usar isso.
Uma doença que só sabe o nome.
Uma pena.
domingo, 19 de agosto de 2012
Karmacoma
Abri os olhos e encontrei outro teto não familiar. O 38° esse ano. A velha sensação de acordar em um lugar estranho continua péssima. A textura e a tinta da parede me dizem que devo ir embora, e logo. Esse não é o meu lugar, esse não é o meu mundo. Tento puxar o lençol e levantar sem que ela acorde. Odeio dar explicações pela manhã. Durante essa simples tarefa eu percebo como é cansativo viver no limite de dois mundos - o que não é meu e o que não é dela- . Como é cansativo viver no espaço vazio. Como é perigoso viver sobre essa linha tênue que mantêm as coisas unidas. Andando em uma corda bamba, entre as coisas que odeio e o medo do total desconhecido.
Estou ficando sem desculpas.
Estou ficando sem desculpas.
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
Take #9 - New York Telephone Conversation
Vamos baby, segure a minha mão, eu te ensino. Puxe o gatilho, não o aperte. Calcule o tempo e o impacto, destrua esse crânio. Vê essa gosma amarelada? É ai que moram as ideias. Puxe o gatilho mais uma vez, mire um pouco mais embaixo. Vê este sangue escuro? Provavelmente você perfurou o fígado. Deixe-a aí, está feito. Você não deveria me amar. Você não deveria estar ao meu lado nas madrugadas frias. Você não deveria me esquentar com seu corpo nu enquanto tenho crises de abstinência. Eu me perco em seu quadril. Eu descanso entre seus seios perfeitamente desenhados, e todo esse conforto é realmente assustador. Eu te profanei quando peguei sua mão e te fiz feliz. Para um velho pecador, essa é a menor coisa para se preocupar no momento. Nós deveríamos sorrir e transar ao invés de se afundar nessas torturas matinais. Você não imagina a quantidade de dor pura que me causa, enquanto eu me distancio cada vez mais da vida. Somos uma canção ruim do Lou Reed. Somos um disco ruim de David Bowie. Eu quero ser o sexo com Portishead, e você sabe disso. Não me culpe, eu sou todo remendado. Não se culpe, você não teria como saber a hora certa de aparecer. Eu prometo que você nunca mais irá matar alguém, desde que esteja disposta a se jogar no sofá e esquecer quem sou eu. Deixe isso para depois, temos dois problemas mais importantes agora. Um corpo novo para esconder e um velho amor para evitar.
Arranque minha roupa e cale a minha boca.
Arranque minha roupa e cale a minha boca.
Vida Diet
Ah, essa vida moderna, enlatada e cheia de conservantes! Esse ritmo frenético de indas e vindas sem sentido. Esse ódio pré-programado em html e os amores barrados no anti-vírus. Apertos de mão que não existem e sorrisos estampados com tinta barata. Isso tudo me enoja. Antiquado sentimento de orgulho por ser um só, por ser só um. Ócio detestável dos meu olhos, que se desviam das palavras impressas e se prendem aos caracteres de 8 bits. Doce ironia em jogar mais um sentimento no limbo desse mundo. Padronizar mais um pedaço de mim. Me tornar encontrável aos satélites que me guiam para casa. Me tornar mais um ao invés de um só. Amável dissonância que chega aos meus ouvidos direto dos confins de Londres via fibra-óptica. Linda raiva pasteurizada em uma guitarra made in china. Louvai ao semi-deus Processador de dados, pois ele transmite todo o conhecimento necessário para nossa vida. Louvai aos anjos que enviam nossas mensagens por e-mail, pois sem eles, nossas preces não seriam atendidas. Ah, a incrível revolução com uma imagem. O protesto em um muro sem tijolos. A batalha Vietnamita renderizada com desprezo, e as mudanças que queremos nos países que nunca visitamos. Celebrai-vos a imbecilidade humana, pois agora podemos comemorar um Status coletivo! Não há culpados, não dessa vez.
Celebrai mais uma vez a ironia. A ironia de escrever essas palavras que produzem mais um leitor automático.
Outro leitor automático de palavras automáticas.
terça-feira, 14 de agosto de 2012
Pedaços.
Eu sento para escrever e minhas pernas queimam. Completamente sozinho. Eu desejei isso. O silêncio.
Não reconheço os lugares por onde caminhamos. Não reconheço o sentimento das músicas que danço.
Eu não gosto do meu cabelo. Eu amo minhas guitarras. O simples fato de você amar uma coisa já o suficiente para que te odeiem. Eu passo mal e me debato na cama. Eu choro até apagar por coisas que eu não sei. Eu estou bem, saio da cama e sorrio. Levanto e limpo a casa. Cozinho e ouço Placebo. Eu morro. Eu quebro coisas. Eu mato pessoas. Eu choro de novo. Eu olho para o sol e aproveito a cegueira temporária. Eu estou curado. Piloto automático. Eu tenho orelhas normais agora. Uma tatuagem nova. Um sentimento antigo. Sua mentira. Esperança no que não existe. Eu quero acordar diferente. Eu quero acordar sem o sufocamento da sua companhia. Eu quero acordar sem as frases estúpidas e as piadas sem graça. Eu tenho vergonha do que senti. Tenho vergonha de ter caído em um truque que eu mesmo ajudei a criar. Me sinto diluído em cerveja barata. Me sinto desintegrado entre notas de sintetizadores oitentistas. Esmagado por suas palavras. Esmagado entre suas pernas. Sinto falta de odiar alguma coisa mais do que a mim mesmo. Sinto falta de amar alguma coisa mais do que a mim mesmo. Desejo felicidade e que tudo de certo, e dessa vez não desejo que seja para mim. Eu consegui o que queria.
Mudei. Não sei de quê para quê, mas essa facada entre os rins me colocou no lugar. Eu começo a chorar. Não estou triste, não estou deprimido. É tudo uma dor esquisita. Talvez seja a dor de tentar organizar os cacos que continuam espalhados pelo chão da sua memória.
( é impossível transformar o tudo em nada ).
Não reconheço os lugares por onde caminhamos. Não reconheço o sentimento das músicas que danço.
Eu não gosto do meu cabelo. Eu amo minhas guitarras. O simples fato de você amar uma coisa já o suficiente para que te odeiem. Eu passo mal e me debato na cama. Eu choro até apagar por coisas que eu não sei. Eu estou bem, saio da cama e sorrio. Levanto e limpo a casa. Cozinho e ouço Placebo. Eu morro. Eu quebro coisas. Eu mato pessoas. Eu choro de novo. Eu olho para o sol e aproveito a cegueira temporária. Eu estou curado. Piloto automático. Eu tenho orelhas normais agora. Uma tatuagem nova. Um sentimento antigo. Sua mentira. Esperança no que não existe. Eu quero acordar diferente. Eu quero acordar sem o sufocamento da sua companhia. Eu quero acordar sem as frases estúpidas e as piadas sem graça. Eu tenho vergonha do que senti. Tenho vergonha de ter caído em um truque que eu mesmo ajudei a criar. Me sinto diluído em cerveja barata. Me sinto desintegrado entre notas de sintetizadores oitentistas. Esmagado por suas palavras. Esmagado entre suas pernas. Sinto falta de odiar alguma coisa mais do que a mim mesmo. Sinto falta de amar alguma coisa mais do que a mim mesmo. Desejo felicidade e que tudo de certo, e dessa vez não desejo que seja para mim. Eu consegui o que queria.
Mudei. Não sei de quê para quê, mas essa facada entre os rins me colocou no lugar. Eu começo a chorar. Não estou triste, não estou deprimido. É tudo uma dor esquisita. Talvez seja a dor de tentar organizar os cacos que continuam espalhados pelo chão da sua memória.
( é impossível transformar o tudo em nada ).
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Videotape
Pare a fita, volte nove quadros. Você se reconhece?
Reconhece esse sorriso que você nunca mais viu?
Consegue se lembrar deste dia?
O dia mais feliz de sua vida?
Aperte o play.
Você reconhece estes rostos?
Tente imaginá-los sem as rugas e a idade.
Eles estavam lá, aplaudindo e celebrando sua breve felicidade.
Você acabou com a cor. Você acabou com o contraste.
Tudo virou cinza.
As cartas que você nunca mandou.
O amor que você inventou.
Regravado. Sobreposto.
Avance mais 3 minutos e olhe.
A solidão está sentada em seu ombro.
Isso merece replay.
Não chore. Eu tenho isso gravado também.
Uma fita chamada angústia.
Uma fita chamada desespero.
O lago, um beijo entre as árvores.
Uma tarde jogada no sofá.
Uma madrugada de sábado frio, sozinho.
Duas barras de chocolate.
Não adianta me contar isso.
Você nunca gravou uma fita chamada felicidade.
As tardes morrendo.
Os dias passando.
As coisas sumindo.
Eu estava filmando.
Eu estava lá quando você disse adeus.
Eu estava lá quando a vida fugiu por entre seus dedos.
Eu estava lá quando choraram sobre o seu corpo.
Eu sou o dono da sua história.
Eu sou o dono da sua fita de vídeo.
O dono do dia mais feliz da sua vida.
O último dia.
Gravado
Em uma fita de vídeo chamada suicídio.
(N°9)
Reconhece esse sorriso que você nunca mais viu?
Consegue se lembrar deste dia?
O dia mais feliz de sua vida?
Aperte o play.
Você reconhece estes rostos?
Tente imaginá-los sem as rugas e a idade.
Eles estavam lá, aplaudindo e celebrando sua breve felicidade.
Você acabou com a cor. Você acabou com o contraste.
Tudo virou cinza.
As cartas que você nunca mandou.
O amor que você inventou.
Regravado. Sobreposto.
Avance mais 3 minutos e olhe.
A solidão está sentada em seu ombro.
Isso merece replay.
Não chore. Eu tenho isso gravado também.
Uma fita chamada angústia.
Uma fita chamada desespero.
O lago, um beijo entre as árvores.
Uma tarde jogada no sofá.
Uma madrugada de sábado frio, sozinho.
Duas barras de chocolate.
Não adianta me contar isso.
Você nunca gravou uma fita chamada felicidade.
As tardes morrendo.
Os dias passando.
As coisas sumindo.
Eu estava filmando.
Eu estava lá quando você disse adeus.
Eu estava lá quando a vida fugiu por entre seus dedos.
Eu estava lá quando choraram sobre o seu corpo.
Eu sou o dono da sua história.
Eu sou o dono da sua fita de vídeo.
O dono do dia mais feliz da sua vida.
O último dia.
Gravado
Em uma fita de vídeo chamada suicídio.
(N°9)
domingo, 5 de agosto de 2012
A day in the life
Você vai acordar um dia e olhar para o lado. Você irá encontrar uma mulher que não o ama, e você também não ama ela. Você sairá da cama pequena se sentindo desconfortável, caminhando pelos corredores da casa simples que conseguiu construir ao longo de tantos anos. No café da manhã, seus filhos que não te respeitam estarão à mesa, gritando e pedindo porcarias que eles não sabem usar. Sua mulher estará na TPM, e nem de longe lembrará a garota meiga que um dia você conheceu. Você se sentirá mais desconfortável ainda.
É hora de ir para o trabalho que você odeia. Você começa a se perguntar quando foi que sua vida profissional virou um ciclo de lambeção de bolas interminável. A imagem do seu chefe obeso, babando enquanto enriquece às suas custas, te deixa enojado. Seu carro do ano financiado em 72x, não pega, e você começa a se perguntar quando foi que passou a depender de um pedaço de plástico enorme para se locomover. Seu coração começa a berrar.
Você está atrasado novamente e resolve pegar um ônibus. Ao entrar, você é sufocado pelo cheiro de pipoca doce misturado com depressão. A porcaria do ônibus está completamente lotada. Você tenta encontrar um espaço entre a porta e os seios flácidos de uma senhora. Seu estômago está se auto consumindo. Um jovem magrelo que parece ter roubado as roupas do Jô Soares liga um aparelho que um dia você conheceu como celular. Você tem vontade de esmagar o crânio dele com uma pedra.
Você resolve descer e continuar apé até o trabalho. Seus músculos provavelmente não irão aguentar a caminhada. Você não entende o trânsito. Você não entende a moda. Você não entende o que as pessoas estão ouvindo em seus carros. Você não entende porque tudo é tão alto, nem porquê as pessoas buzinam tanto. Seu pulmão parece falhar.
Você chega ao seu emprego. Exausto, e ainda são 8 da manhã. Na recepção, a secretária gostosa que você nunca irá foder te dá um bom dia de plástico. Você acha que já é o suficiente para sorrir.
Você chega em sua minúscula mesa. Pelo menos por enquanto, você se sente feliz.
Apertar botões em um computador, por mais 8 horas. É tudo o que você precisa fazer.
Você vê seu chefe se aproximando, e prepara seu psicológico para o esporro de sempre.
Você não consegue se concentrar no que ele está dizendo, a baba caindo no paletó francês que você nunca vai conseguir comprar te distrai. Ele se foi e você não viu.
É hora do almoço. Você não deixa de comparar o refeitório da empresa com um campo de concentração nazista. Pega sua refeição e senta em um canto qualquer, implorando para que ninguém se aproxime. A comida tem gosto de pneu velho.
Durante o resto do dia você irá tentar lembrar quando foi a última vez que fez sexo. Em vão.
O expediente chega ao fim. Pensar no caminho de volta te faz vomitar.
Você entra no piloto-automático, e quando se dá conta, está parado em frente a porta de casa. Esse é o seu momento de agradecer à Deus.
Você se senta à mesa para o jantar. Seus filhos não estão em casa, e sua mulher está na sala vendo novela. Você só pensa em ir para a cama.
O quarto cheira à sexo. A cama cheira à sexo. Você não liga. Na verdade, sente pena de quem estiver fodendo a sua mulher. Ele que assuma as contas dela.
Você coloca a cabeça no travesseiro e agradece por estar vivo. Agradece por saber que é livre, e que poderá fazer tudo isso mais uma vez amanhã.
Essa é a sua vida.
A sua vida que eu recuso viver.
É hora de ir para o trabalho que você odeia. Você começa a se perguntar quando foi que sua vida profissional virou um ciclo de lambeção de bolas interminável. A imagem do seu chefe obeso, babando enquanto enriquece às suas custas, te deixa enojado. Seu carro do ano financiado em 72x, não pega, e você começa a se perguntar quando foi que passou a depender de um pedaço de plástico enorme para se locomover. Seu coração começa a berrar.
Você está atrasado novamente e resolve pegar um ônibus. Ao entrar, você é sufocado pelo cheiro de pipoca doce misturado com depressão. A porcaria do ônibus está completamente lotada. Você tenta encontrar um espaço entre a porta e os seios flácidos de uma senhora. Seu estômago está se auto consumindo. Um jovem magrelo que parece ter roubado as roupas do Jô Soares liga um aparelho que um dia você conheceu como celular. Você tem vontade de esmagar o crânio dele com uma pedra.
Você resolve descer e continuar apé até o trabalho. Seus músculos provavelmente não irão aguentar a caminhada. Você não entende o trânsito. Você não entende a moda. Você não entende o que as pessoas estão ouvindo em seus carros. Você não entende porque tudo é tão alto, nem porquê as pessoas buzinam tanto. Seu pulmão parece falhar.
Você chega ao seu emprego. Exausto, e ainda são 8 da manhã. Na recepção, a secretária gostosa que você nunca irá foder te dá um bom dia de plástico. Você acha que já é o suficiente para sorrir.
Você chega em sua minúscula mesa. Pelo menos por enquanto, você se sente feliz.
Apertar botões em um computador, por mais 8 horas. É tudo o que você precisa fazer.
Você vê seu chefe se aproximando, e prepara seu psicológico para o esporro de sempre.
Você não consegue se concentrar no que ele está dizendo, a baba caindo no paletó francês que você nunca vai conseguir comprar te distrai. Ele se foi e você não viu.
É hora do almoço. Você não deixa de comparar o refeitório da empresa com um campo de concentração nazista. Pega sua refeição e senta em um canto qualquer, implorando para que ninguém se aproxime. A comida tem gosto de pneu velho.
Durante o resto do dia você irá tentar lembrar quando foi a última vez que fez sexo. Em vão.
O expediente chega ao fim. Pensar no caminho de volta te faz vomitar.
Você entra no piloto-automático, e quando se dá conta, está parado em frente a porta de casa. Esse é o seu momento de agradecer à Deus.
Você se senta à mesa para o jantar. Seus filhos não estão em casa, e sua mulher está na sala vendo novela. Você só pensa em ir para a cama.
O quarto cheira à sexo. A cama cheira à sexo. Você não liga. Na verdade, sente pena de quem estiver fodendo a sua mulher. Ele que assuma as contas dela.
Você coloca a cabeça no travesseiro e agradece por estar vivo. Agradece por saber que é livre, e que poderá fazer tudo isso mais uma vez amanhã.
Essa é a sua vida.
A sua vida que eu recuso viver.
domingo, 22 de julho de 2012
Save me
O sol, as estradas, as risadas. Pra onde todas essas coisas foram? Os sonhos de 9 anos batendo na porta e eu com preguiça de atender. Com preguiça de viver. O tempo me chicoteando nas costas e eu sendo preso por mau comportamento outra vez. O que diabos há de errado comigo? Entorpecido 24horas por dia, implorando para continuar vivo, sem nem ao menos saber o por quê. Joguei fora tudo o que sabia, fechei os olhos para o espelho e raspei minha cabeça. Comprei todas as drogas que consegui achar e me sujei com tinta. Apodreci mais 2 anos nesse porão, fiz amizade com cada rato engravatado que cruzou meu caminho, e mesmo assim não consigo sorrir. Você sabe a diferença entre estar vivo ou não? Se souber, pode me contar? Eu sou um canalha, sim eu sou um canalha e você sabe, só não suporto a ideia de encontrar apenas sexo no fim da porta. Não mais. Pernas roçando e arranhões nas costas. Mordidas e coisas quebrando. Estou de saco cheio com o sexo. Você vendeu sua alma por uma palavrinha escrita em um documento? Eu costumava conhecer esse cara, rir das piadas dele e passar horas ouvindo ele reclamar da vida. E se eu fizer o que ele está me dizendo? Eu já me soltei uma vez, e não faço a menor ideia de como sobrevivi, e é justamente essa a questão: o que eu estou tentando salvar?
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Special K
Esse é o colapso final da comunicação humana. Nós, você e eu. Você sabe, ambos implorando por contato, por um simples olá que fosse verdadeiro. Não suporto mais esses dias frios. Esse clima irritante que paralisa todos os sentidos e a circulação sanguínea. Não suporto o espaço vazio entre as coisas e as pessoas. Não suporto essa cor azul sem graça e esses sorrisos em auto-retratos. Malditos cegos com câmeras digitais. Malditos surdos que imploram por música. Eu não estou lá, eu não estou aqui. Esse vácuo da prisão eterna que é a liberdade está me matando. Sonhos com prazo de validade, crianças velhas rastejando pelas ruas. O mundo não era assim, e se era, eu não sabia. Seu sorriso me distraía, pois eu sabia que no meio de todo o plástico aquilo era real, agora é só mais um aprisionado em uma fotografia ruim. Implorando para ser reconhecidos ou lembrados, uma vergonha. Um crime cruel mudaria tudo, ficaria escrito eternamente onde realmente importa. Sinto vergonha do que sinto, sinto ódio por odiar tudo. Não consigo mais saber se estou realmente acordado ou em um daqueles sonhos ruins. Essa insônia, esse nó infinito no estômago, essas palavras que não consigo berrar. Um beijo baby, sim, só um beijo para pôr um fim em tudo. Uma machadada na cabeça pra nos tornar felizes, um tiro no ouvido de quem diz que o amor existe. Uma fuga. Qualquer coisa que me faça sentir alguma coisa além de desprezo por nossa espécie. Me dê todo o sexo do mundo. Vamos trepar em algum lugar brilhante, vamos nos foder em público. Mostre ao mundo seu estúpido poder se se reproduzir, o poder de seduzir. Mostre ao mundo que acha que você é idiota o seu poder de destruição. Se venda por um carro, jogue fora todo o vento no rosto pelo cheiro de gasolina adulterada. Troque sua linda personalidade por um pedaço de papel sujo. Me esfaqueie, quebre sua cara em um muro e sinta o cheiro do sangue. Raspe seus seios no asfalto, me abuse. Se vingue com lágrimas, com dinamite, com o que quer que seja. Aposte na loteria, medite, me mate. Chore por ver ele ir embora pra não voltar, sorria em ver ele se acabar nas drogas e nas guitarras. Celebre com vinho o amor que ele jogou fora, chute seus dentes quando ele sorrir. Se masturbe pela manhã pensando em alguém que valeu a pena, me faça um filho. Eu sou um homem em queda, um homem celebrando a solidão no meio da multidão. Eu sou seu coração partido, eu sou o reflexo que você não reconhece no espelho. Eu sou seu talento desperdiçado em busca de aprovação alheia. Eu sou a mentira que você conta para você mesmo (a) todas as manhãs. Eu sou seu frio, externo e interno, seus medos e sua libido. Eu quero a violência, eu quero orgasmos. Eu quero uma vida banal desperdiçada no meio da fumaça. Eu quero atropelar pessoas com meu carro antigo. Eu quero te levar fazer compras e fingir estar interessado no ouro no seu pescoço. Eu quero esconder armas embaixo da cama. Eu quero quebrar seus joelhos de madrugada e arrancar seus cabelos com meu canivete. Comida enlatada e não ter onde dormir. Pegar a estrada até a gasolina acabar. Estuprar uma vagabunda e arrumar outro carro. Me risque com a caneta, me coloque um preço e me pendure em um cabide. Negue o meu nome. Me mate como quiser, me venda, me alugue, me congele, me abuse e sorria. Cada passo dado é sincronizado, cada sorriso é memorizado, cada fotografia é queimada. Me enforque. Me liberte. Por favor. É como uma galáxia chegando ao fim, uma facada no peito, um tiro no joelho. Anestesia total. Eu não posso carregar a tristeza do mundo, eu não posso carregar as esperanças de todos. Eu não pedi isso. Eu quero sentir alguma coisa. Eu quero sentir qualquer coisa. Não há ninguém, não há mais ninguém do lado de fora. Eu menti, eu nos matei com querosene. Eu queimei minha alma à toa. Eu nos joguei fora por não saber ler o manual de instruções. Eu estou vazio. Eu estou vazio. Eu sou o vazio dos seus olhos. Eu sou a fumaça que corrompe o seu pulmão. Eu sou o amor e o ódio de todas as nações.
Eu era uma criança.
Eu era vivo.
Eu sentia.
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Goodbye blue sky.
Cansado de viver uma vida que já não é mais a minha, realizando todos os sonhos que na verdade eram seus. Rindo pra tudo, achando desculpas razoáveis para ficar no mesmo lugar. Fingindo, fingindo cada vez mais que sei o que estou fazendo, que sei para onde estou indo. Estou cansado, não quero mais nada disso, mais nada mesmo, a felicidade é um saco, é uma coisa entediante. E a tristeza, ah a tristeza! Nem ajuda mais a criar coisa alguma. Inerte, dentro de uma coisa que eu não sei mais o que é. É isso que eu estou fazendo. Fingindo me importar com as pessoas, só para ver se me sinto mais normal, e não esse amontoado de ódio que escondo o tempo inteiro. Cansado, estou cansado, não aguento mais carregar o mundo, não aguento mais olhar para o espelho e ver que não estou lá. Deixo vocês para trás, e espero sinceramente, que todos tenham uma morte lenta e dolorosa. Esse é meu adeus.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
Verona
Eu renego meu nome, minha família e as tradições
Deixo essas ruas e muros riscados com nossos nomes falsos
Seu veneno, minhas balas
As cruzes de neon guiam o meu caminho até o fim
Deixo as torres de São Pedro e as areias de Verona
O último pedaço do meu peito e o sangue do meu amigo
Duas estrelas cruzadas, caindo na mesma praia
Sangue inocente manchando as ruas, sempre será assim
Para a punição final de nossos pais
Não morra por mim meu amor
Eu sou só um belo pedaço de carne
Uma pena de chumbo
Procurando um par de asas para roubar.
Deixo essas ruas e muros riscados com nossos nomes falsos
Seu veneno, minhas balas
As cruzes de neon guiam o meu caminho até o fim
Deixo as torres de São Pedro e as areias de Verona
O último pedaço do meu peito e o sangue do meu amigo
Duas estrelas cruzadas, caindo na mesma praia
Sangue inocente manchando as ruas, sempre será assim
Para a punição final de nossos pais
Não morra por mim meu amor
Eu sou só um belo pedaço de carne
Uma pena de chumbo
Procurando um par de asas para roubar.
segunda-feira, 25 de junho de 2012
And now?
A última meta foi alcançada, o maior sonho foi realizado
Os dias correm melhor do que o esperado
Sem sentimento de vazio, apenas esperança
Dinheiro, sexo e música
Sem remorso, sem arrependimento
Felicidade
E agora? quem irei matar?
Os dias correm melhor do que o esperado
Sem sentimento de vazio, apenas esperança
Dinheiro, sexo e música
Sem remorso, sem arrependimento
Felicidade
E agora? quem irei matar?
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Berlin, 30 de maio de 1952
Noite chuvosa de sexta-feira. Eu aceitei o convite mesmo sabendo que as chances de sair vivo eram mínimas. Coloquei minhas roupas menos esfarrapadas, peguei meu chapéu e saí pelas ruas tomadas por uma chuva chata e constante. As tentativas de acender um cigarro sem que ele fosse atingido pela água eram inúteis, desisti. Os letreiros de neon falhando e os bêbados resmungando coisas pelos becos me diziam que aquele seria um bom dia para morrer, parecido com tudo que vivi; cinzento e chato.
A mente humana não levanta pela manhã achando que aquele é o último dia de sua vida. Isso é quase uma maldição, impedindo que as pessoas façam tudo o que realmente desejam. Essa era a única maldição que durante 36 anos eu desejei possuir, para talvez ter feito tudo o que quis ao invés de vender minha alma por um preço tão baixo. Não importava, era tarde demais mesmo. Cheguei ao lugar onde minha mente já esteve tantas vezes. Era uma casa velha, de dois andares e um sótão; no primeiro funcionava um prostíbulo infame que frequentei por algum tempo, cheio de mulheres acabadas carregando garrafas de gin que ganhavam dos militares. No segundo andar ficavam algumas camas velhas, para que as prostitutas pudessem exercer sua profissão com o mínimo de conforto. Não havia nada demais ali. Nada que eu já não tivesse enjoado de reparar ou de escrever baboseiras sobre, mas havia o sótão, e aquele lugar me intrigava mais do que pensar em como as pessoas do lado oriental estavam se virando. Eu havia estado aqui quase uma centena de vezes me divertindo com as histórias de uma prostituta chamada Alena. Ela me contava coisas que ouvia aqui e ali, às vezes algumas informações relevantes, outras somente boatos sobre alguém do alto comando ter se deitado com alguém. Certa vez durante uma conversa dessas, perguntei sobre o que havia no último andar, o desconhecido que habitava aquele lugar me intrigava demais, e a resposta que ela me deu só fez minha curiosidade aumentar: "É o quarto da única mulher que não fica aqui em baixo com as outras, porque digamos que ela faz trabalhos especiais". Perguntei que tipo de trabalhos especiais necessariamente ela realizava e se podia subir até lá vê-la. Alena fechou a cara de uma forma que eu nunca havia visto e disse : "Você só pode entrar se receber uma carta com o nome dela, e desde já aviso, se você receber a carta e aceitar o convite, só venha se estiver disposto a dizer adeus à sua vida". A resposta foi quase um soco na cara. Eu já havia bebido demais e decidi ir para casa naquele dia. Duas semanas depois o rapaz dos correios me entregou um envelope roxo, com um símbolo colado, lacrando-o completamente. Havia um nome estampado perto do símbolo, mas alguma coisa havia pingado sobre ele, tornando-o ilegível. Subi para meu quarto tomado de ansiedade. Em toda a minha vida só havia recebido uma carta, e era a que informava a morte de minha mãe em Marselha nove anos atrás. Abri o envelope, dentro um pequeno pedaço de papel com meu nome e a seguinte frase "a porta estará aberta. terceiro andar, você sabe onde é".
Fiquei extremamente intrigado, pois sabia que a carta era da tal mulher do terceiro andar, mas como ela sabia meu nome e meu endereço? Nem mesmo Alena sabia coisa alguma a meu respeito, e a frase aterradora "...dizer adeus à sua vida" me revirou o estômago. Pensei por algumas horas se deveria aceitar o convite. Fiquei analisando toda a minha vida, e não encontrei nada que me impedisse de dizer adeus à ela naquela noite.
Cheguei até a porta do famigerado "Kneipe von den Huren" e fui logo correndo para o terceiro andar. eu estava ensopado, tossindo como um cão velho. Fiquei parado um instante perante a bela porta vermelha, me perguntando se realmente era dali que o convite havia vindo. Empurrei devagar a porta e me deparei com um lugar incrível; Um pequeno quarto quase escuro, iluminado por um abajur piscante. No canto uma cama muito bem arrumada, e ao lado da cama uma poltrona vermelha completamente destruída, com as espumas à mostra. Bem no centro de tudo isso, quase intocável pelas teias de aranha velhas que pendiam do teto, a mulher mais linda que meus olhos bêbados já viram. Ela era alta, usava uma linda lingerie vermelha, com meias presas por uma fita preta em formato de laço de cada lado. Meu coração quase parou.
Sem dizer nenhuma palavra ela tirou toda a minha roupa e me arremessou no sofá. Um pedaço de ferro solto arranhou minhas costas e comecei a sangrar. Ela se sentou no meu colo e disse: "Obrigado por aceitar o convite, isso quer dizer que não há mais nada a perder, não é?"
Não consegui responder. Apenas perguntei quais eram os tais trabalhos especiais que ela realizava, e a resposta dela encheu meu peito de agonia:
"Eu sou a solução para os jovens desesperados dessa nação caótica. Sou a encarregada direta de torná-los imortais, e a melhor forma de tornar uma pessoa imortal é dando à ela uma morte memorável. Eu sei muito bem que é justamente isso que você veio buscar aqui, e prometo não desapontá-lo."
Fiquei em silêncio, Não havia nada a ser dito. Era como se ela tivesse atravessado o meu crânio e roubado meus pensamentos, e eu sorri, por ser a primeira vez que alguém conseguiu ver através dos meus olhos.
Ela me beijou e fomos para a cama, com uma sensação de desmoronamento interno, sem prestar atenção em mais nada, nem mesmo as goteiras que caíam sobre o meu rosto existiam mais. O meu corpo se uniu ao dela num calor imensurável, com gemidos e arranhões por todos os lados. Duas almas gritando por liberdade em uma única voz. Ela parou e sem sair de cima de mim perguntou : "Como quer que seja?"
Com as fitas pretas, respondi.
Ela desfez os lindos laços, primeiro o da perna esquerda, depois o da direita. Amarrou os dois pedaços com um nó, e enrolou a fita em meu pescoço. Com o sorriso mais puro que meus olhos já viram ela sussurrou:
"Bem vindo à imortalidade".
Ela apoiou o joelho em meu peito, enrolou as duas pontas da fita nos punhos e puxou com uma força descomunal para o corpo perfeitamente feminino. Eu comecei a sentir o ar sumir de meus pulmões, os olhos ardendo com as explosões dos pequenos vasos sanguíneos e a vista embaçando. Me esforcei para reparar mais uma vez no rosto daquele anjo antes que meu coração parasse. Acabei morrendo com os olhos abertos, vendo a mulher mais perfeita de toda a Alemanha arrancar a vida do meu corpo apenas com as mãos.
Valeu a pena.
Sendo sexualmente enforcado na cabeça de alguém
The Bad
Persona non grata
Aqui estou eu mais uma vez, intoxicado pelo brilho sedutor dessa tela, lutando para assumir o controle de uma humanidade inteira que criei com o pensamento. Lutando para tentar entender a dádiva e a maldição que é ter uma mente corrompida e criativa. Como posso dormir se há centenas de pessoas na minha cabeça implorando para ganhar uma vida? Eu reluto, recuso o quanto posso. Eu seria só mais um deus cruel para eles, já que sou eu quem traça seus destinos, suas vidas e suas cruéis mortes. Como posso saber se realmente é indolor quando lhes tiro a vida de uma forma tão violenta? Ou quando destruo civilizações inteiras com um único pensamento? Eu iniciei um jogo perigoso, e às vezes assustador. Estou jogando com minhas próprias personagens. Andando por ruas que construí e me envolvendo com mulheres que parecem querer sair da ficção a todo custo, gritando por uma página a mais de vida, por mais duas linhas de perversão. Me sinto ingrato por recusar suas falas e personalidades. Não posso dar a todos a vida que merecem, Não posso dar vida à uma pessoa simplesmente para matá-la nas últimas linhas. Preciso pensar, preciso criar uma vida decente para todas elas, com amigos, dilemas, romance e mortes dignas. Juntar todos os fragmentos de mundo em um só, para que eles possam ir e vir sem pedir a minha opinião. Minha cabeça dói por começar a pensar em um cenário, talvez poucos saibam como é trabalhoso criar um planeta do nada. Um planeta com economia própria, contexto histórico e padrões sociais diferentes, com ruas e prédios arquitetados com detalhes. Esse é só o começo, a parte mais cruel é com certeza preencher esse lugar de vida. Criar pessoas que não terão uma função maior do que simplesmente ter um nome, talvez com sorte, uma fala ou duas. Ferramentas para que os protagonistas atinjam seus objetivos mórbidos, tendo a existência inteira resumida à um apertar de botões ou atender um telefone. O que me conforta em iniciar um vasto mundo para deixá-los livres, é a ideia de que se eles saírem do meu controle, dessa vez eu cometo apenas um apocalipse, ao invés de dizimar outra centena de galáxias.
domingo, 10 de junho de 2012
Encaixotando Helena
Meu amor, sua beleza derrete minha percepção, mas devo te avisar que há algo de errado no seu olhar. De quê adianta belas pernas como estas se você sempre escolhe os caminhos errados? Lindos braços que sempre alcançam tudo que você não necessita? Me deixe retirar os erros dos seus ossos, você sabe que sou habilidoso com minhas serras e bisturis, e prometo não manchar seu lindo vestido com o sangue. Eu prometo que você nunca mais voltará para as ruas sujas e a solidão dos seus clientes. Você será, sim você será, a minha mais bela escultura. Feita com toda a paciência que meu peito pode ter, talhada na mais pura matéria prima que é o seu corpo. Mais dois cortes e isso acaba, mas o que me assombra é a pergunta: Se eu cortar seus braços e suas pernas, você me amaria mesmo assim? Com a sua nova forma e espirito, você ainda seria a mesma? Passeando comigo na sua nova cadeira de rodas por um parque qualquer?
(Obviamente inspirado no filme Encaixotando Helena.)
(Obviamente inspirado no filme Encaixotando Helena.)
sexta-feira, 8 de junho de 2012
D.S.
Uma casa grande, com uma porta vermelha para que eu possa pintá-la de preto. Dois carros. Um para passeio e um conversível para mostrar o dedo do meio enquanto dirijo. Um seguro de vida e um plano de saúde confiável, odeio filas no inverno. Um colchão grande jogado no chão (eu não preciso de uma cama ) e uma estante inusitada para eu entupir de livros conspiratórios. 6 buracos na parede da sala, para eu poder pendurar minhas guitarras e réplicas baratas do Liechtenstein. Uma TV grande, sem antena ou cabo, somente para filmes em dvd. Um aparelho de som antigo, para tocar a coleção de discos garimpada em um sebo qualquer. Um espaço para colocar mais livros na sala, os que ainda não foram lidos. Uma cozinha com chão quadriculado, estilo botequim carioca. Não importa os móveis ou eletrônicos, eu raramente irei comer ali mesmo. Um sofá vermelho. Preferencialmente de couro e confortável o suficiente, se por ocasião, eu precise dormir nele. Um guarda-roupas quase monocromático, com camisetas brancas sem estampa para no mínimo uma semana. Uma piscina grande no quintal para eu ter medo de morrer quando abusar do Uísque.
Sem empregada. Um banheiro grande, para suportar os pensamentos na hora do banho. Um quadro branco no quarto para escrever as ideias da madrugada. Um telefone fixo, com uma extensa lista de números bloqueados. Dois bons video games. Um moderno para quando eu quiser ir à guerra e um antigo para matar a saudade. Uma varanda grande para que eu possa ver o céu durante o dia e a lua nas lindas noites. Alguns porta-retratos, para colocar as fotos da viagem à Buenos Aires e do show do B.B King. Alguma coisa inútil para colecionar, podem ser chapéus ou gravatas, não importa. Um lugar para colocar bons vinhos que provavelmente não irei abrir. Um desenho feito à mão em alguma parede. Um gato para colocar em prática minha responsabilidade. Um emprego seguro no governo, para recuperar meus impostos. E o mais importante, um título de doutorado pendurado em um lugar qualquer.
Sem empregada. Um banheiro grande, para suportar os pensamentos na hora do banho. Um quadro branco no quarto para escrever as ideias da madrugada. Um telefone fixo, com uma extensa lista de números bloqueados. Dois bons video games. Um moderno para quando eu quiser ir à guerra e um antigo para matar a saudade. Uma varanda grande para que eu possa ver o céu durante o dia e a lua nas lindas noites. Alguns porta-retratos, para colocar as fotos da viagem à Buenos Aires e do show do B.B King. Alguma coisa inútil para colecionar, podem ser chapéus ou gravatas, não importa. Um lugar para colocar bons vinhos que provavelmente não irei abrir. Um desenho feito à mão em alguma parede. Um gato para colocar em prática minha responsabilidade. Um emprego seguro no governo, para recuperar meus impostos. E o mais importante, um título de doutorado pendurado em um lugar qualquer.
quinta-feira, 7 de junho de 2012
180°
Vida. Pedaço de estranheza.
Minha vontade é de raspar a cabeça e mudar para meu abrigo nuclear.
Distração, tudo não passa de distração.
Enganar as horas e a respiração.
Mentira, tudo não passa de uma mentira.
Me embalando como uma confortável rede ao sol.
Eu não ligo para a chuva
Eu não tenho telefone.
Eu não quero açúcar.
Eu preciso acordar
Estou de saco cheio com a guerra
Eu preciso aprender a usar o telefone.
Minha vontade é de raspar a cabeça e mudar para meu abrigo nuclear.
Distração, tudo não passa de distração.
Enganar as horas e a respiração.
Mentira, tudo não passa de uma mentira.
Me embalando como uma confortável rede ao sol.
Eu não ligo para a chuva
Eu não tenho telefone.
Eu não quero açúcar.
Eu preciso acordar
Estou de saco cheio com a guerra
Eu preciso aprender a usar o telefone.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Nada.
Não há vista da campina que me encante, se o que meus olhos querem ver não está lá.
Não há um acorde que me faça sentir alguma coisa, se o que eu quero ouvir não me é sussurrado aos ouvidos.
Não há uma hora que me cause ansiedade, se para mim elas parecem todas iguais.
Não há uma dor que me cause desespero, se no fim elas sempre passam.
Não há esperança que me mova, se no fim, tudo sempre acontece.
Não há um caminho que me convença, se tudo o que eu quero é ficar parado.
Não há um dia ensolarado que me faça sorrir, se ninguém sabe o que isso significa.
Não há um dia chuvoso que me faça feliz, se não há nenhuma ideia para mudar.
Não há nada que eu queira, se o que eu busco não se pode possuir.
Não há velhice que me assuste, se meus ossos ardem desde já.
Não há juventude que me divirta, se todos estão em épocas diferentes.
Não há morte que me leve, se já a enganei duas vezes.
Não há um todo, se o nada prevalece.
Não há nada, se o meu tudo é
Não há um acorde que me faça sentir alguma coisa, se o que eu quero ouvir não me é sussurrado aos ouvidos.
Não há uma hora que me cause ansiedade, se para mim elas parecem todas iguais.
Não há uma dor que me cause desespero, se no fim elas sempre passam.
Não há esperança que me mova, se no fim, tudo sempre acontece.
Não há um caminho que me convença, se tudo o que eu quero é ficar parado.
Não há um dia ensolarado que me faça sorrir, se ninguém sabe o que isso significa.
Não há um dia chuvoso que me faça feliz, se não há nenhuma ideia para mudar.
Não há nada que eu queira, se o que eu busco não se pode possuir.
Não há velhice que me assuste, se meus ossos ardem desde já.
Não há juventude que me divirta, se todos estão em épocas diferentes.
Não há morte que me leve, se já a enganei duas vezes.
Não há um todo, se o nada prevalece.
Não há nada, se o meu tudo é
domingo, 3 de junho de 2012
Neutron Star Collision
Eu havia me esquecido de como é doce o som do silêncio. Interno. Nada além de um velho lick Rockabilly para tocar durante uma tarde chuvosa. Eu amo isso. Minha individualidade e as coisas que me tornam "eu".
O vento, e a voz de Nina Simone me fazem perguntar o quê, afinal, eu tanto procuro enquanto caminho pelas ruas mortas dessa cidade. Não há nada lá, eu sei, estou cansado de saber. O vazio humano preenche todos os espaços possíveis, polui todos os olhares e torna todas as atitudes falsas. Não posso criticar isso. Nesse mundo, é melhor mesmo usar todos os mecanismos de defesa possíveis, e infelizmente, fingir é um dos melhores e mais eficazes. Talvez por isso eu ame tanto a inércia. O silêncio interno. Não há como falsificar isso. A calma e o caos unidos numa única coisa. Meu antigo mundo era baseado na inércia, e talvez por isso ele era tão confortável e seguro. Nunca houve um bom motivo para sair daqui. Dizem que é fora da zona de conforto que a mágica acontece, mentira. Acho que a fórmula perfeita, para que duas pessoas funcionem, é colidir dois mundos. Forçar duas zonas de conforto de uma forma tão violenta, que elas passem a ser uma só, funcionando para duas pessoas. Aí que reside o problema. As pessoas passam tanto tempo isoladas em suas zonas de conforto, alimentando e aumentando seus mundos, que eles passam a ser praticamente indestrutíveis e imutáveis. Esse é o meu problema. Criei um mundo tão seguro e grande, que não vejo motivo para abrir mão dele. Até tentei, juro que tentei, mas não consigo ver um motivo para incorporá-lo em um outro. Só encontro mundos frágeis e pequenos, talvez em formação ainda. Não consigo encontrar uma desculpa razoável para incorporar na minha vida coisas que não gosto e não quero. Sou egoísta, sim. Passei tempo demais levantando
muralhas ao meu redor, simplesmente não consigo abrir os portões para visitantes irresponsáveis que só querem dar uma espiada no que guardo aqui. Geralmente trazem e levam muita coisa sem eu perceber, e é realmente um saco limpar toda a bagunça depois. Por isso resolvi voltar e dar uma olhada em como estavam as coisas por aqui. Deixei meu mundo meio abandonado nesses últimos tempos, e confesso que nunca havia visto uma bagunça tão grande. Me deu vontade de ficar. Arrumar as coisas nas prateleiras como era, preencher as lacunas com coisas úteis mais uma vez, de mãos dadas com o doce silêncio interno.
E acho que vai ser assim, reconstruindo meu mundo parte por parte, aumentando ele cada vez mais. E junto com ele aumentando o medo. Porque um mundo tão grande, quando colide, leva tudo ao seu redor.
O vento, e a voz de Nina Simone me fazem perguntar o quê, afinal, eu tanto procuro enquanto caminho pelas ruas mortas dessa cidade. Não há nada lá, eu sei, estou cansado de saber. O vazio humano preenche todos os espaços possíveis, polui todos os olhares e torna todas as atitudes falsas. Não posso criticar isso. Nesse mundo, é melhor mesmo usar todos os mecanismos de defesa possíveis, e infelizmente, fingir é um dos melhores e mais eficazes. Talvez por isso eu ame tanto a inércia. O silêncio interno. Não há como falsificar isso. A calma e o caos unidos numa única coisa. Meu antigo mundo era baseado na inércia, e talvez por isso ele era tão confortável e seguro. Nunca houve um bom motivo para sair daqui. Dizem que é fora da zona de conforto que a mágica acontece, mentira. Acho que a fórmula perfeita, para que duas pessoas funcionem, é colidir dois mundos. Forçar duas zonas de conforto de uma forma tão violenta, que elas passem a ser uma só, funcionando para duas pessoas. Aí que reside o problema. As pessoas passam tanto tempo isoladas em suas zonas de conforto, alimentando e aumentando seus mundos, que eles passam a ser praticamente indestrutíveis e imutáveis. Esse é o meu problema. Criei um mundo tão seguro e grande, que não vejo motivo para abrir mão dele. Até tentei, juro que tentei, mas não consigo ver um motivo para incorporá-lo em um outro. Só encontro mundos frágeis e pequenos, talvez em formação ainda. Não consigo encontrar uma desculpa razoável para incorporar na minha vida coisas que não gosto e não quero. Sou egoísta, sim. Passei tempo demais levantando
muralhas ao meu redor, simplesmente não consigo abrir os portões para visitantes irresponsáveis que só querem dar uma espiada no que guardo aqui. Geralmente trazem e levam muita coisa sem eu perceber, e é realmente um saco limpar toda a bagunça depois. Por isso resolvi voltar e dar uma olhada em como estavam as coisas por aqui. Deixei meu mundo meio abandonado nesses últimos tempos, e confesso que nunca havia visto uma bagunça tão grande. Me deu vontade de ficar. Arrumar as coisas nas prateleiras como era, preencher as lacunas com coisas úteis mais uma vez, de mãos dadas com o doce silêncio interno.
E acho que vai ser assim, reconstruindo meu mundo parte por parte, aumentando ele cada vez mais. E junto com ele aumentando o medo. Porque um mundo tão grande, quando colide, leva tudo ao seu redor.
sábado, 2 de junho de 2012
Um texto sem título
Me guardei dentro de mim mesma por acreditar que ninguém, além de mim, precisa saber de tudo que tenho vontade, necessidade, de tudo que sinto. Como não ia ganhar nada além de críticas em troca de mostrar-me mais e mais, preferi deixar a mostra só uma parte de mim: a parte sensata, forte e indiferente. E assim foi criada a minha imagem, uma parte sendo considerada o todo. E estava tudo bem, até a outra parte cansar de ficar escondida e querer, de uma vez por todas, se mostrar também. E ela tem toda razão. Ela não é a parte pior. É uma parte cheia de vontades e de outros sentimentos. Sentimentos que não combinam com sensatez ou força. E, agora, as duas partes estão brigando, porque a parte que sempre esteve a mostra não quer permitir que a outra estrague a imagem que ela construiu. E eu estou no meio deste furacão, esperando as duas se acertarem, para que eu possa viver em paz, sem me importar com imagem, partes ou qualquer outra coisa, apenas viver.
(Esse texto não é meu, é de uma pessoa que admiro muito, e por respeito, não irei nomeá-la aqui.
Não seria justo, expor o seu nome em meio ao caos da minha cabeça digital. Obrigado por me emprestar esse texto. A linha que separa seus dois lados será destruída, e é melhor você se preparar para isso.)
(Esse texto não é meu, é de uma pessoa que admiro muito, e por respeito, não irei nomeá-la aqui.
Não seria justo, expor o seu nome em meio ao caos da minha cabeça digital. Obrigado por me emprestar esse texto. A linha que separa seus dois lados será destruída, e é melhor você se preparar para isso.)
AC/DC
É, aqui, nessa mesa amarela de sempre, com o sol ainda me enchendo de radiação. Talvez aqui seja realmente um bom lugar para escrever, ou pensar nas coisas, afinal, aqui é a origem de toda a simetria dos problemas.
Não, não sei porque resolvi escrever. Minha cabeça ficou uma bagunça ainda pior depois de ouvir algumas músicas que me lembraram minha infância. Nunca houve alguém para culpar.
foda-se quero outra cerveja e assinar meu nome em mais uma mesa.
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Nada feito
Hey Little boy, onde você pensa que vai com essa arma na mão? Acha mesmo que pode mudar alguma coisa por aqui? Não vê que sou eu quem dita as regras? Corra garoto, sim, corra para longe, e eu garanto que te encontro no fim da linha, ou você achou mesmo que eu não iria pegar o que é meu?
Nós temos um contrato, e você sabe, não cheguei até aqui sendo passado para trás.
Não me culpe se não foi como esperava, eu te disse para ler as letras miúdas, é exatamente ali que reside a diversão do meu trabalho. Não me culpe se o seu deus os deixa ao relento. Não reclame, até onde eu me lembro eu era a melhor opção. Vocês pedem blues mas não lembram que precisa de tristeza para se ter blues, vocês pedem inspiração para escrever bons livros, mas não lembram que vidas felizes viram livros de merda...
Patéticos... até para pedir...
Não, não estou interessado na troca. Nosso acordo ainda vale, e se eu fosse você Little boy, eu pararia de rezar...
Nós temos um contrato, e você sabe, não cheguei até aqui sendo passado para trás.
Não me culpe se não foi como esperava, eu te disse para ler as letras miúdas, é exatamente ali que reside a diversão do meu trabalho. Não me culpe se o seu deus os deixa ao relento. Não reclame, até onde eu me lembro eu era a melhor opção. Vocês pedem blues mas não lembram que precisa de tristeza para se ter blues, vocês pedem inspiração para escrever bons livros, mas não lembram que vidas felizes viram livros de merda...
Patéticos... até para pedir...
Não, não estou interessado na troca. Nosso acordo ainda vale, e se eu fosse você Little boy, eu pararia de rezar...
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Exception blues
Longe de mim
Longe de você
Menos longe de onde realmente deveria estar
Perdido no meio termo
Entre a inércia e a ingratidão
Jogando os dias fora
Um a um
Um blues a mais pra tocar
Algo a menos pra amar
É um preço alto demais pra se pagar
Eu juro, eu troco tudo por mais um dia
Só mais uma tarde de sol com você
Não há nada lá, porquê você não vê?
Não enxergamos tão mal assim
É um risco que eu corro
De você entender errado de novo
Como uma nova canção
Que não posso tocar
Não se distraia, o melhor acorde está por vir
Há algo aqui, agora
Não é só uma palavra
Não posso deixar escapar
Você está me levando de volta
Me tire daqui, só você pode
É a exceção
Me conjugue direito
Me leve para fora e me ensine a adorar seu Deus
Me pegue pela mão e me ensine a sorrir
Me ensine a não mentir
Me ensine a não escrever
Nem olhar para o lado errado
Me dê um bom motivo
Para abandonar esse blues
Não há nada mais que eu queira
Não há nada mais que eu queira
Não há nada mais que eu queira
Não há nada mais que eu queira
Além de...
Você.
Longe de você
Menos longe de onde realmente deveria estar
Perdido no meio termo
Entre a inércia e a ingratidão
Jogando os dias fora
Um a um
Um blues a mais pra tocar
Algo a menos pra amar
É um preço alto demais pra se pagar
Eu juro, eu troco tudo por mais um dia
Só mais uma tarde de sol com você
Não há nada lá, porquê você não vê?
Não enxergamos tão mal assim
É um risco que eu corro
De você entender errado de novo
Como uma nova canção
Que não posso tocar
Não se distraia, o melhor acorde está por vir
Há algo aqui, agora
Não é só uma palavra
Não posso deixar escapar
Você está me levando de volta
Me tire daqui, só você pode
É a exceção
Me conjugue direito
Me leve para fora e me ensine a adorar seu Deus
Me pegue pela mão e me ensine a sorrir
Me ensine a não mentir
Me ensine a não escrever
Nem olhar para o lado errado
Me dê um bom motivo
Para abandonar esse blues
Não há nada mais que eu queira
Não há nada mais que eu queira
Não há nada mais que eu queira
Não há nada mais que eu queira
Além de...
Você.
terça-feira, 22 de maio de 2012
Eu lembrei
Eu me lembrei, é, eu me lembrei. Vi o seu nome grudado numa janela acima da minha cabeça e te confesso que não gostei. Sei o trabalho que as palavras te dão. Mas isso não vem ao caso, só queria dizer que me lembrei, que me lembrei de você com seus minúsculos tênis na minha cama. Que lembrei do dia em que você fez um trabalho no meio da bagunça da minha mesa. Da forma estranha como você dizia que iria me ver e do dia em que saímos correndo do bar. Eu ainda tomo café na xícara que você me deu.
Eu lembrei da cara de idiota que eu fazia quando você tentava explicar coisas que nem cabiam no meu mundo. Lembrei daquela "sua" blusa do Roy Lichtenstein e do dia em que ganhei o Werther, você também lembra, ele cabia no bolso do meu paletó. Ao chegar nesse ponto eu me perco, porque só queria dizer que em meio a tantas memórias ruins e de plástico, a sua talvez seja a única que eu não escreva com os ombros pesados.
Talvez seja a única que não me cause náusea, porque você me disse a verdade o tempo inteiro, e eu sabia que tudo o que pensasse seria por minha conta e risco. Na verdade, até fico feliz com o rumo que as coisas tomaram, afinal, esse blog só existe porque um dia perdi a paciência e tentei te provar que sabia escrever.
Obrigado por tudo garota (e você sabe que é uma), obrigado por toda a paciência e emails respondidos.
Um dia eu juro que te encontro, só para dizer um olá amistoso, tomar um bom café e jogar papo fora...
Não há nada além disso para ser dito ou feito.
Eu lembrei da cara de idiota que eu fazia quando você tentava explicar coisas que nem cabiam no meu mundo. Lembrei daquela "sua" blusa do Roy Lichtenstein e do dia em que ganhei o Werther, você também lembra, ele cabia no bolso do meu paletó. Ao chegar nesse ponto eu me perco, porque só queria dizer que em meio a tantas memórias ruins e de plástico, a sua talvez seja a única que eu não escreva com os ombros pesados.
Talvez seja a única que não me cause náusea, porque você me disse a verdade o tempo inteiro, e eu sabia que tudo o que pensasse seria por minha conta e risco. Na verdade, até fico feliz com o rumo que as coisas tomaram, afinal, esse blog só existe porque um dia perdi a paciência e tentei te provar que sabia escrever.
Obrigado por tudo garota (e você sabe que é uma), obrigado por toda a paciência e emails respondidos.
Um dia eu juro que te encontro, só para dizer um olá amistoso, tomar um bom café e jogar papo fora...
Não há nada além disso para ser dito ou feito.
sábado, 19 de maio de 2012
4:23 da manhã do dia mais frio de todos
Segurando minhas mãos, ela olhou no fundo dos meus olhos e disse: quem é você?
Essas palavras entraram no fundo do que eu conheço como meu “eu”, e causaram uma dor tão insuportável que comecei a chorar imediatamente. Ela sabia o que tinha causado, me abraçou forte e sussurrou no meu ouvido que estava tudo bem. Essa era a real intenção dela: me fazer sair.
Enquanto seus braços me transmitiam aquele calor seguro, aquela sensação de estar no meu lar, ela vagarosamente começou a falar:
“Porquê [censurado], porquê você tenta o tempo inteiro esconder esse seu lado tão bonito? O tempo inteiro tentando fugir do que você realmente é, o tempo inteiro assumindo essa pessoa estúpida e sem controle que você não é? Você sabe que nessas frações de segundo que você esquece de fingir, eu o amo! Sim, eu realmente o amo pois sei que isso é você, na sua forma mais pura e verdadeira. Você deixa de tentar e passa simplesmente a ser! O que te faz continuar a se esconder? Ainda mais para mim, que conheço muito mais fundo do que esses olhos bêbados e essas palavras idiotas que você tenta me dizer? Muito mais do que essa alma pequena que você tenta me mostrar?
Pare de ser idiota e abra seus olhos! Você está afastando tudo de si mesmo, pior, você está se afastando cada vez mais, simplesmente por não querer aceitar que tudo isso está te destruindo, te levando cada vez mais pra esse buraco que você mesmo cavou.”
Chorando cada vez mais, doendo cada vez mais, eu berrei:
“Como posso saber que isso é verdade se eu nunca vi seu coração?! Como posso saber, se cada vez que eu tento, me vejo afundado nesse estúpido erro?”
Com aquele maldito olhar irônico ela me disse:
“Pare de olhar o erro! Pare, por favor, pare de olhar! O meu coração está aqui seu babaca, 4:23 da manhã, segurando a mão de um bêbado, e achando lindo, porque você chora como uma criança,e você não pode fingir isso. Você não pode fingir essa dor, essa entrega. Essa mesma entrega que eu queria tanto que você pudesse fazer sem tentar.”
Aquilo doeu tanto que me sentei no meio-fio e disse:
“Meu deus, cala a boca! Como você pode dizer que me ama?”
Ela se colocou na minha frente e disse:
“Olha, justamente por isso. Eu te amo cara, mas amo ESSE cara, esse cara aí, aí dentro, que você está a cada segundo tentando matar. Eu não posso amar vocês dois ao mesmo tempo, não mesmo."
Com uma tontura enorme mas ainda guardando o peso daquelas palavras eu perguntei:
“Quem é a outra pessoa então?”
E, em meio a um beijo quase épico e meio torto ela falou:
“você [censurado], você e esse maldito você que tomou o controle.”
(sábado, 4 de XX de não interessa às 11:56:39)
Só mais um
Ele abriu os olhos depois de um longo período na cama, não dormiu, ficou apenas analisando trilhões de flashbacks (ou seriam flashfowards?) sem sentido.
Olhou para o lado e viu um cigarro, colocado milimétricamente sobre um livro de James Joyce, e se perguntou por várias horas se deveria acendê-lo, afinal, era "só mais um". Acabou por se decidir depois, já que os deveres que não conseguiu terminar noite passada gritavam aos seus ouvidos.
Entre uma xícara de café e outra, olhava para o cigarro e se perguntava de quantos "só mais um" sua existência se baseava. Pensava em quantas vezes havia caído nessa armadilha que é acreditar que será a última vez a fazer algo, essa tolice que é berrar "nunca mais errarei!"
Ele negou por tanto tempo seus erros, virou as costas para o que eles tinham a ensinar tantas vezes, que agora que os aceita, soa estranho aos próprios ouvidos.
O cigarro, junto com a música pop triste, somado ao temor irracional de perdê-la, fez com que ele destruísse completamente seu cinzeiro, à ponto de fazer seu chão recentemente limpo parecer um cenário de guerra.
Ele parou e olhou para os pedaços de vidro e sujeira espalhados pelo chão, os cacos ironicamente formavam um rosto feliz. Era como se a figura dissesse:
Obrigado por ouvir seu coração.
(quinta-feira, 2 de Junho de não importa às 14:15:45)
From Persona
“O inútil sonho de ser. Não parecer, mas ser. Estar alerta em todos os momentos. A luta: o que você é com os outros e o que você realmente é. Um sentimento de vertigem e a constante fome de finalmente ser exposto. Ser visto por dentro, cortado, até mesmo eliminado. Cada tom de voz, uma mentira. Cada gesto, falso. Cada sorriso, uma careta. Cometer suicídio? Nem pensar. Você não faz coisas desse gênero. Mas pode se recusar a se mover e ficar em silêncio. Então, pelo menos, não está mentindo. Você pode se fechar, se fechar para o mundo”
quarta-feira, 16 de maio de 2012
Caindo
Eu estou caindo, me dá a tua mão e não me deixe cair! Puxe-me. Abrace-me.
Estou perdido. Preciso de respostas. Não quero quebrar-me.
Talvez você não tenha as respostas pras minhas perguntas. É, acho que você não as tem.
Alguém deve ter.
Preciso ir.
Pra onde? Não sei.
(da minha filha, daqui http://comigoascoisasacontecemassim.blogspot.com.br/2012/05/caindo.html )
domingo, 13 de maio de 2012
Fitter Happier
[Esse é o escritório do Pânico, seção 917 pode ter sido destruída. Ative o procedimento seguido.]
Em forma, mais feliz, mais produtivo,
confortável,
sem beber demais,
exercícios regulares na academia
(3 vezes por semana)
se relacionando melhor com seus sócios e empregados,
à vontade,
comendo bem
(nada de comidas de microondas e gorduras saturadas),
um motorista mais paciente e melhor,
um carro mais seguro
(um bebê sorrindo no banco de trás),
dormindo melhor
(sem pesadelos),
sem paranoia,
cuidadoso com todos os animais
(nunca lavando aranhas nos buracos das tomadas),
mantendo contato com velhos amigos
(desfrutar de uma bebida de vez em quando),
Frequentemente checar o crédito no banco (moral)(um buraco na parede),
favores por favores,
apaixonado, mas não amando,
ordens permanentes de caridade,
aos domingos super-mercados "anéis viários"
(não matar traças ou colocar água fervente em formigas),
lavar o carro
(também aos domingos),
já sem medo do escuro ou das sombras do meio-dia
nada tão ridiculamente adolescente e deseperado,
nada tão infantil - em um ritmo melhor,
mais devagar e calculado,
sem chance de escapar,
agora empregado de si mesmo,
em causa (mas impotente),
um membro da sociedade informado e habilitado
(idealismo, não pragmatismo),
não vai chorar em público,
menos chances de doenças,
pneus que aderem no molhado
(foto do bebê com cinto de segurança no banco traseiro),
uma boa memória,
ainda chora em um filme bom,
ainda beija com saliva,
não mais vazio e frenético como um gato amarrado a um pedaço de pau,
que é levado à merda do inverno congelado
(a capacidade de rir de fraqueza),
calmo,
em forma,
saudável e mais produtivo
um porco em uma gaiola de antibióticos.
Zyklon B
Eu fiz parte das forças do Eixo
Eu lutei ao lado dos Aliados
Eu defendi os céus de Londres dos ME-109
Eu participei do ataque relâmpago na Polônia
Eu estava na Baía dos Porcos em '61
Eu estive em Laos combatendo a FNL
Eu estive na Guerra do Golfo, fazendo a tempestade no deserto
Sempre com o coração vazio e gelado como uma pedra
Sem medo das armas ou bombas ao meu redor
Sem um objetivo maior do que matar
Sem medo, sem piedade
Agora, quando acordo no meio da noite após um sonho bom
Sinto um arrepio cruzar minha espinha
E o medo toma conta desse corpo cansado
O medo de que as coisas boas dos sonhos
e memórias, nunca voltem a acontecer
O medo de talvez ter que entrar em uma nova guerra
(uma que eu sei que não posso vencer)
A guerra mundial entre eu e você.
sábado, 12 de maio de 2012
ERASE / REWIND
A vida é algo muito maior do que eu e você, é um jogo, e você está jogando do lado errado.
Me dói um pouco ver você cometendo os mesmos erros que eu, mas isso também faz parte da vida, já que algum idiota disse que deixar ir também é amar. Só posso dizer que conheço muito bem os caminhos por onde sua vida vai andar, eu já fui e voltei por ele 9 vezes. Não há nada no fim da trilha além de uma grande pergunta, uma pergunta que infelizmente vou ter que deixar você descobrir sozinha. Eu adoraria poder dizer que estarei lá quando você cair, mas você sabe, sou egoísta demais para me importar com alguma coisa além de mim mesmo por muito tempo. Talvez o mais cruel dos crimes que eu cometo agora, seja esconder o meu olhar de você, para que a dor não fique evidente e acabe destruindo ainda mais o meu mundo.
Você disse que eu deveria abandonar o meu passado, eu estava indo bem, mas agora é quase impossível, já que você se tornou ele.
Me dói um pouco ver você cometendo os mesmos erros que eu, mas isso também faz parte da vida, já que algum idiota disse que deixar ir também é amar. Só posso dizer que conheço muito bem os caminhos por onde sua vida vai andar, eu já fui e voltei por ele 9 vezes. Não há nada no fim da trilha além de uma grande pergunta, uma pergunta que infelizmente vou ter que deixar você descobrir sozinha. Eu adoraria poder dizer que estarei lá quando você cair, mas você sabe, sou egoísta demais para me importar com alguma coisa além de mim mesmo por muito tempo. Talvez o mais cruel dos crimes que eu cometo agora, seja esconder o meu olhar de você, para que a dor não fique evidente e acabe destruindo ainda mais o meu mundo.
Você disse que eu deveria abandonar o meu passado, eu estava indo bem, mas agora é quase impossível, já que você se tornou ele.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
Debaser
Acordar e olhar para o lado, é o meu subconsciente falando. Eu nunca esperei que as coisas fossem perfeitas nessa minha vida, apenas deixei o tempo se encarregar de torná-las verdadeiras. Os erros que cometi, os erros que ainda cometo, a destruição que causei nas coisas tentando salvá-las. Tudo isso nunca me deixou, nunca vai me deixar, sei que isso ainda está aqui, em algum lugar, só deixei de procurar e de lembrar. Passei tempo demais vivendo de expectativas, agora só vivo de momentos, colocando os bons em uma linha, vendo no que dá. Não me importo mais com a soma final, com porcarias de plástico ou ossos quebrados, não me importo com discos, roupas ou qualquer outra coisa que tenha perdido ao longo dos anos. Tudo sempre foi o que deveria ter sido. Tudo sempre esteve onde deveria estar, então quem sou eu para questionar isso?
Reclamar de barriga cheia é um vício difícil de se largar, mas como todo vício, pode ser eliminado.
(Fiz amizade com um cara chamado relógio, agora é ele quem me diz onde estou, e ele sempre diz "você está no agora")
Reclamar de barriga cheia é um vício difícil de se largar, mas como todo vício, pode ser eliminado.
(Fiz amizade com um cara chamado relógio, agora é ele quem me diz onde estou, e ele sempre diz "você está no agora")
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Fluorescent Adolescent
Você costumava conseguir isso em suas meias arrastão
Agora você só consegue no seu vestido de festas
Descartou as noitadas por gentileza
Estacionada em uma crise muito comum
Tudo está em ordem dentro de um buraco negro
Nada parece tão bonito quanto o passado, apesar de tudo
No Bloody Mary está faltando o tabasco dela
Lembra quando ele costumava ser um canalha?
Oh, aquele garoto é um cafajeste
O melhor que você já teve
O melhor que você já teve
É apenas uma lembrança e aqueles sonhos
Não eram tão estúpidos quanto pareciam
Não tão estúpidos quanto pareciam
Meu amor, quando você os sonhou...
Folheando um livrinho de dicas de sexo
Se lembra de quando os garotos eram todo elétricos?
Agora quando ela conta que vai conseguir isso
Eu fico achando que ela preferiria apenas esquecer isso
Se contendo para não ficar sentimental
Ela disse que não iria, mas foi assim mesmo
Gosta que seus cavalheiros não sejam gentis
Era um marcador de bingo ou um lápis de apostas?
Oh, aquele garoto é cafajeste
O melhor que você já teve
O melhor que você já teve
É apenas uma memória e aqueles sonhos
Não eram tão estúpidos quanto pareciam
Não tão estúpidos quanto pareciam
Meu amor, quando você os sonhou...
Oh lindeza, pra onde você foi?
Pra onde você foi?
Pra onde você foi?
Desmoronando
Você abandonou a Travessa da Última Gargalhada
Você investigou
Você não volta mais.
Desmoronando
Você virou a esquerda na Rua da Ultima Risada
Você investigou
Você não volta mais.
Você costumava a conseguir em suas meias arrastão
Agora você só consegue no seu vestido de festas
Descartou as noitadas por gentileza
Estacionada em uma crise muito comum
Tudo está em ordem dentro de um buraco negro
Nada parece tão bonito quanto o passado, apesar de tudo
No Bloody Mary está faltando o tabasco dela
Lembra quando ele costumava ser um canalha?
sábado, 21 de abril de 2012
Thoughts of a dying atheist
Eu costumava desejar coisas
Eu costumava ouvir e ver coisas
EU costumava ter fins que nunca tiveram um começo
Eu costumava desejar mulheres que não queria, queria apenas desejá-las
Eu costumava ouvir músicas que não gostava
Eu costumava ter tanto sexo sem ter vontade
Eu costumava cozinhar coisas que eu não comia
Eu costumava esconder mentiras com a verdade
Eu costumava vender coisas para não perdê-las
Eu costumava me mostrar para não me verem
Eu costumava morrer para continuar vivo
(Quem diabos era esse eu afinal?)
Eu costumava não me perguntar .
sexta-feira, 20 de abril de 2012
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Doomsday Clock
Não consigo mais olhar para o título deste blog e iniciar um texto, parece uma parte que foi arrancada de mim, mas sabe, isto é digno de ser registrado. Quantas vezes choramos e sofremos por querer uma coisa que não podemos ter? Por amores que se desfazem como as formas na fumaça do cigarro?
O destino tem uma forma meio estranha de jogar as coisas na minha cara e dizer "entendeu agora porquê teve que ser assim?"
Hoje me deparei com o passado que um dia tanto amei, e tudo estava da mesma forma, afundado no caos e conservado no álcool. A pergunta praticamente me chicoteou: e se tivesse dado certo como eu queria?
Com certeza eu não teria sobrevivido à tudo aquilo, estaria ali, jogado na calçada como uma bandeira velha esperando a morte chegar.
Obrigado sr. Destino, por me provar que ás vezes, é bom seguir seus planos.
O destino tem uma forma meio estranha de jogar as coisas na minha cara e dizer "entendeu agora porquê teve que ser assim?"
Hoje me deparei com o passado que um dia tanto amei, e tudo estava da mesma forma, afundado no caos e conservado no álcool. A pergunta praticamente me chicoteou: e se tivesse dado certo como eu queria?
Com certeza eu não teria sobrevivido à tudo aquilo, estaria ali, jogado na calçada como uma bandeira velha esperando a morte chegar.
Obrigado sr. Destino, por me provar que ás vezes, é bom seguir seus planos.
quarta-feira, 4 de abril de 2012
terça-feira, 3 de abril de 2012
A morte e o renascimento do entardecer
Abri os olhos, eram 9 horas da manhã do tão esperado dia. Deitado, olhei para o lado e vi ela. Pensei em passar a mão embaixo do travesseiro, pegar meu fiel canivete e lhe furar os olhos. Mas seria injusto, afinal, ao longo de toda a minha vida de fachada ela esteve ao meu lado e ela seria uma ótima testemunha da história que vou lhes contar.
18 anos de planejamento e mentiras, 18 anos economizando cada centavo para obter todo o tipo de "recursos", renderam a maior obra de arte que alguém poderia ter criado nessa cidade medíocre.
Eu tinha em meu poder uma AK-47, 3 granadas duvidosas e uma quantidade de munição que faria inveja a um guerrilheiro. ( é incrível o nível de coisas que você pode conseguir com alguns soldados insatisfeitos com o salário do nosso nobre exército)
O plano era bem simples: entrar em um local bem movimentado e fazer o maior número de vítimas no menor período de tempo. Quando iniciei o plano não fazia ideia de onde seria, mas uns 2 meses antes decidi que seria o shopping da cidade. Não tenho nada contra o capitalismo ou ideologias esquisitas, mas esse sem dúvida seria o lugar mais movimentado naquele dia. Consegui com um senhor barrigudo e achatado algumas cópias da planta do lugar, lembro dele fazer uma piada do tipo "só não vá explodir o lugar" ou algo assim.
Estudei tudo como um adolescente estuda a anatomia de uma linda mulher. Andei dias e dias naquele maldito lugar tirando fotos e fazendo anotações, sempre sofrendo com o terrível ar-condicionado.
Os estudos estavam prontos, era hora de planejar a forma que o ataque seria.
A primeira parte era obviamente, entrar armado em um lugar movimentado.
Adoro a AK-47 e suas peculiaridades. Uma arma leve e de fácil manuseio, nunca trava e é resistente à água, quase perfeita, mas para meu plano ela tinha um defeito: era grande demais para passar despercebida.
Um dos meus vícios, a música, acabou me dando a solução para este pequeno entrave. Modifiquei o case de uma das minhas guitarras para que acomodasse a arma, a munição e as granadas. Seria fácil passar pelas pessoas sem levantar suspeitas, afinal, essa cidade está entupida de músicos frustrados carregando seus instrumentos por aí. Pensei nos outros detalhes e concluí a parte teórica da minha então chamada "meta de vida". Era hora de colocar os 18 anos de sonhos em prática.
Dia das mães de 2008 - o inicio
Deixei minha esposa dormindo, peguei o case de guitarra previamente carregado e coloquei no porta malas do carro. Estava um lindo dia, com nuvens em formatos engraçados e no rádio ironicamente tocava "dry the rain", mas não quis pensar em muita coisa, estava ansioso para chegar ao shopping e enfim ouvir os acordes da doce metralhadora velha.
Parei no estacionamento e fiquei alguns segundos parado, quase sem respirar, mas logo peguei o case e me dirigi ao elevador que por sorte estava vazio. Passei pela praça de alimentação indo em direção às salas de cinema, observando. O lugar estava completamente lotado, seria uma ótima pintura, cheia de cores e formas.
Parei bem no meio do corredor, abri o case e retirei a arma. O único alvo escolhido seria o primeiro, o resto resolvi deixar para o destino. A única coisa que estranhei foi ninguém ter reparado que eu estava retirando uma arma bem no meio de um shopping. Acho que as pessoas não enxergam bem quando estão enchendo suas barrigas de porcaria.
Olhei para um garotinho de uns nove anos e apertei o gatilho.
A cena foi linda. O pequeno crânio explodiu como uma laranja, espirrando o líquido pegajoso e vermelho na cara do pai que ainda sorria. Em milésimos de segundos a gritaria se tornou ensurdecedora. Pessoas se empurravam como bois, lutavam umas pelas outras para encontrar um lugar ao chão enquanto outras corriam por suas inúteis vidas. Lembro de ter soltado até um sorriso ao ver um segurança do local tropeçar em uma loira. Que espécie de lugar contrata seguranças desarmados e patetas?
Ouvi o "clec" da trava quando o primeiro pente acabou. 30 balas já haviam sido disparadas e nas minhas contas só errei dois tiros. Enquanto recarregava a arma, pude ouvir o som das sirenes se aproximando. Eu tinha que ser rápido.
Recomecei a atirar. Derrubei aproximadamente mais umas 18 pessoas que corriam. O lugar já estava quase vazio, só havia alguns covardes que não tiveram coragem de correr pra se salvar, deitados no chão. Achei melhor deixá-los vivos. A vida se encarrega dos covardes.
Continuei andando pelo lugar procurando mais vítimas. Achei 3 mulheres escondidas em uma loja e dois adolescentes esquisitos embaixo de um banco. Matei todos.
Estava estranho, a polícia já deveria ter invadido o lugar. Estava tão monótono que resolvi nem usar as granadas. Voltei à praça de alimentação para admirar minha obra. Havia muitas cores, e muitas formas.
Vários cadáveres sobrepostos como uma mesa, pedaços de membros pequenos que por azar foram atingidos, roupas rasgadas e sangue, ah como havia sangue! O vermelho lindo espalhado para todo lado, como um lindo entardecer! Tentei contar quantas pessoas foram necessárias para completar minha pintura, mas ouvi o som dos policiais chegando pelos corredores, precisava ser os policiais. Eu não poderia ir embora sem matar um deles. Meu desejo foi uma ordem.
Atirei no primeiro que vi, um jovem rapaz magrelo e pálido, mas infelizmente só o atingi na perna.
Antes que eu pudesse mirar novamente fui atingido por um impacto monstruoso no peito. Apaguei.
Nesse momento as memórias foram fragmentadas, tudo virou apenas flashs.
Lembro de estar no que parecia ser uma ambulância encharcado do meu sangue morno.
Dias depois em uma cama de hospital e mais tarde de acordar amarrado em uma cadeira, com muita dor e sem 4 dedos da mão esquerda. Acho que essa é a parte da tortura que meu advogado tanto fala.
Para desgosto de minha pobre mãe, meu julgamento foi em outubro de 2009.
Fui sentenciado à 30 anos de prisão sem direito à condicional, e colocado em uma cela individual por ser considerado psicologicamente instável.
É dessa cela que lhes conto essa história, que os jornais chamaram de "o massacre do dia das mães".
As reportagens diziam que matei 49 pessoas e feri várias outras, (o que prova que minhas contas estavam bem erradas ) e que levei um tiro no coração, disparado por um "heroico policial de sorte".
O jornal do dia 12 de maio de 2008 trazia uma linda foto do meu quadro intitulado "O caos do entardecer". Só achei horrível aquelas tarjas pretas nos olhos das vítimas, tirou um pouco do brilho da obra.
A grande ironia de tudo está no fato de que meu coração, que pra mim parecia ser tão frágil e deteriorado pelos relacionamentos que tive, acabou resistindo à um tiro certeiro e a uma cirurgia de alto risco que vários médicos se recusaram a fazer alegando não quererem salvar um monstro.
Nesse momento acho que vocês devem estar se perguntando a razão de eu estar contando a minha história, ou esperando para saber os motivos, razões e ideologias que me levaram a cometer tal ato, mas sinto em desapontá-los, não há nenhuma razão.
Isso mesmo, não há um acontecimento, música, filme ou qualquer outra baboseira que tenha me levado à matar 49 pessoas "inocentes".
As pessoas simplesmente são o que são, cruéis. Algumas mais, outras menos. Sangue me faz rir, matar pessoas me faz rir, simples assim, não vou negar minha natureza por causa de pessoas.
Mas há uma razão sim, para eu estar escrevendo este texto. Vou revelar um segredo.
Eu vi um novo quadro na minha cabeça, bem maior, com mais detalhes e muito mais vermelho.
Já que tenho aproximadamente 27 anos para planejá-lo, eu posso garantir à todos, que esta será minha obra prima!
18 anos de planejamento e mentiras, 18 anos economizando cada centavo para obter todo o tipo de "recursos", renderam a maior obra de arte que alguém poderia ter criado nessa cidade medíocre.
Eu tinha em meu poder uma AK-47, 3 granadas duvidosas e uma quantidade de munição que faria inveja a um guerrilheiro. ( é incrível o nível de coisas que você pode conseguir com alguns soldados insatisfeitos com o salário do nosso nobre exército)
O plano era bem simples: entrar em um local bem movimentado e fazer o maior número de vítimas no menor período de tempo. Quando iniciei o plano não fazia ideia de onde seria, mas uns 2 meses antes decidi que seria o shopping da cidade. Não tenho nada contra o capitalismo ou ideologias esquisitas, mas esse sem dúvida seria o lugar mais movimentado naquele dia. Consegui com um senhor barrigudo e achatado algumas cópias da planta do lugar, lembro dele fazer uma piada do tipo "só não vá explodir o lugar" ou algo assim.
Estudei tudo como um adolescente estuda a anatomia de uma linda mulher. Andei dias e dias naquele maldito lugar tirando fotos e fazendo anotações, sempre sofrendo com o terrível ar-condicionado.
Os estudos estavam prontos, era hora de planejar a forma que o ataque seria.
A primeira parte era obviamente, entrar armado em um lugar movimentado.
Adoro a AK-47 e suas peculiaridades. Uma arma leve e de fácil manuseio, nunca trava e é resistente à água, quase perfeita, mas para meu plano ela tinha um defeito: era grande demais para passar despercebida.
Um dos meus vícios, a música, acabou me dando a solução para este pequeno entrave. Modifiquei o case de uma das minhas guitarras para que acomodasse a arma, a munição e as granadas. Seria fácil passar pelas pessoas sem levantar suspeitas, afinal, essa cidade está entupida de músicos frustrados carregando seus instrumentos por aí. Pensei nos outros detalhes e concluí a parte teórica da minha então chamada "meta de vida". Era hora de colocar os 18 anos de sonhos em prática.
Dia das mães de 2008 - o inicio
Deixei minha esposa dormindo, peguei o case de guitarra previamente carregado e coloquei no porta malas do carro. Estava um lindo dia, com nuvens em formatos engraçados e no rádio ironicamente tocava "dry the rain", mas não quis pensar em muita coisa, estava ansioso para chegar ao shopping e enfim ouvir os acordes da doce metralhadora velha.
Parei no estacionamento e fiquei alguns segundos parado, quase sem respirar, mas logo peguei o case e me dirigi ao elevador que por sorte estava vazio. Passei pela praça de alimentação indo em direção às salas de cinema, observando. O lugar estava completamente lotado, seria uma ótima pintura, cheia de cores e formas.
Parei bem no meio do corredor, abri o case e retirei a arma. O único alvo escolhido seria o primeiro, o resto resolvi deixar para o destino. A única coisa que estranhei foi ninguém ter reparado que eu estava retirando uma arma bem no meio de um shopping. Acho que as pessoas não enxergam bem quando estão enchendo suas barrigas de porcaria.
Olhei para um garotinho de uns nove anos e apertei o gatilho.
A cena foi linda. O pequeno crânio explodiu como uma laranja, espirrando o líquido pegajoso e vermelho na cara do pai que ainda sorria. Em milésimos de segundos a gritaria se tornou ensurdecedora. Pessoas se empurravam como bois, lutavam umas pelas outras para encontrar um lugar ao chão enquanto outras corriam por suas inúteis vidas. Lembro de ter soltado até um sorriso ao ver um segurança do local tropeçar em uma loira. Que espécie de lugar contrata seguranças desarmados e patetas?
Ouvi o "clec" da trava quando o primeiro pente acabou. 30 balas já haviam sido disparadas e nas minhas contas só errei dois tiros. Enquanto recarregava a arma, pude ouvir o som das sirenes se aproximando. Eu tinha que ser rápido.
Recomecei a atirar. Derrubei aproximadamente mais umas 18 pessoas que corriam. O lugar já estava quase vazio, só havia alguns covardes que não tiveram coragem de correr pra se salvar, deitados no chão. Achei melhor deixá-los vivos. A vida se encarrega dos covardes.
Continuei andando pelo lugar procurando mais vítimas. Achei 3 mulheres escondidas em uma loja e dois adolescentes esquisitos embaixo de um banco. Matei todos.
Estava estranho, a polícia já deveria ter invadido o lugar. Estava tão monótono que resolvi nem usar as granadas. Voltei à praça de alimentação para admirar minha obra. Havia muitas cores, e muitas formas.
Vários cadáveres sobrepostos como uma mesa, pedaços de membros pequenos que por azar foram atingidos, roupas rasgadas e sangue, ah como havia sangue! O vermelho lindo espalhado para todo lado, como um lindo entardecer! Tentei contar quantas pessoas foram necessárias para completar minha pintura, mas ouvi o som dos policiais chegando pelos corredores, precisava ser os policiais. Eu não poderia ir embora sem matar um deles. Meu desejo foi uma ordem.
Atirei no primeiro que vi, um jovem rapaz magrelo e pálido, mas infelizmente só o atingi na perna.
Antes que eu pudesse mirar novamente fui atingido por um impacto monstruoso no peito. Apaguei.
Nesse momento as memórias foram fragmentadas, tudo virou apenas flashs.
Lembro de estar no que parecia ser uma ambulância encharcado do meu sangue morno.
Dias depois em uma cama de hospital e mais tarde de acordar amarrado em uma cadeira, com muita dor e sem 4 dedos da mão esquerda. Acho que essa é a parte da tortura que meu advogado tanto fala.
Para desgosto de minha pobre mãe, meu julgamento foi em outubro de 2009.
Fui sentenciado à 30 anos de prisão sem direito à condicional, e colocado em uma cela individual por ser considerado psicologicamente instável.
É dessa cela que lhes conto essa história, que os jornais chamaram de "o massacre do dia das mães".
As reportagens diziam que matei 49 pessoas e feri várias outras, (o que prova que minhas contas estavam bem erradas ) e que levei um tiro no coração, disparado por um "heroico policial de sorte".
O jornal do dia 12 de maio de 2008 trazia uma linda foto do meu quadro intitulado "O caos do entardecer". Só achei horrível aquelas tarjas pretas nos olhos das vítimas, tirou um pouco do brilho da obra.
A grande ironia de tudo está no fato de que meu coração, que pra mim parecia ser tão frágil e deteriorado pelos relacionamentos que tive, acabou resistindo à um tiro certeiro e a uma cirurgia de alto risco que vários médicos se recusaram a fazer alegando não quererem salvar um monstro.
Nesse momento acho que vocês devem estar se perguntando a razão de eu estar contando a minha história, ou esperando para saber os motivos, razões e ideologias que me levaram a cometer tal ato, mas sinto em desapontá-los, não há nenhuma razão.
Isso mesmo, não há um acontecimento, música, filme ou qualquer outra baboseira que tenha me levado à matar 49 pessoas "inocentes".
As pessoas simplesmente são o que são, cruéis. Algumas mais, outras menos. Sangue me faz rir, matar pessoas me faz rir, simples assim, não vou negar minha natureza por causa de pessoas.
Mas há uma razão sim, para eu estar escrevendo este texto. Vou revelar um segredo.
Eu vi um novo quadro na minha cabeça, bem maior, com mais detalhes e muito mais vermelho.
Já que tenho aproximadamente 27 anos para planejá-lo, eu posso garantir à todos, que esta será minha obra prima!
(este é o primeiro texto de um blog novo que resolvi abrir, assim que ele estiver pronto eu posto o endereço, ou não.)
quarta-feira, 14 de março de 2012
Mono (Like the good old times... bitch)
Hey sim! Nós tínhamos tudo
Vinil e mono
E procuramos outros caminhos
Cara, éramos tão idiotas
Essa é a parte do livro que você escreveu
Onde eu venho e salvo o dia?
Você sentiu minha falta?
Você sentiu minha falta?
Bem, eles dizem que o rock está morto
E provavelmente estão certos
99 garotas na fossa
Teve mesmo que chegar a isso?
Ah Deus, você me deve mais uma música
Então posso te provar que sou muito melhor que ela
Ah Deus, por favor, escute rápido
Aí vem o estrondo
Nós vamos ressuscitar
Nós vamos esmagar tudo
Você não nos abandonará novamente
Dê-nos garotas brilhantes com quem a gente queira foder, cara
Cheias de ecstasy, drogas pesadas e má sorte
Acenda as luzes de novo
Você queimou tanto, mas não continuará queimando
Três acordes no seu bolso hoje à noite
É você, é você a tal
Com o carisma pra trazer meu Punk Rock de volta à vida?
Ah Deus, eu quero ouvir você dizer
Eu quero ouvir você dizer que está arrependida de novo
Ah Deus, você me deve mais uma música
Então posso te provar que sou muito melhor que ela
Ah Deus, eu daria qualquer coisa
Para te ouvir dizer que eu estava certo e você estava errada
Ah Deus, antes de eu deixar esta vida
Permita-nos amar
Prostitutas nunca vão gozar
Apenas me devolva-a pra mim
Exploda todas as luzes hoje à noite
Dois milhões de milhas na PCH
(E agora ela se foi)
Eu rasguei seus pneus, eu estraguei seus freios
(Isso teve que ser feito)
Sua vida de punhetas era muito cruel
(É, justiça foi feita)
Nós afogamos todos eles em suas piscinas
Fuja, fuja, fuja
Agora Deus, eu quero ouvir você dizer
Eu quero ouvir você dizer que você estava errada de novo
Ah Deus, eu quero ouvir você dizer
Eu quero ouvir você dizer que sou muito melhor que ela
Ah Deus, você nos deve mais uma música
Saia da minha vida, veja esse mundo como ele realmente é
É apenas um triste show
Não pode fazer uma prostituta gozar
E permita-nos amar
Eu preciso de uma coisa que é divina
Deixe-me ouvir hoje à noite
Deixe-me ouvir hoje à noite
Eu tenho que ouvir hoje à noite
Você vai me deixar ouvir o último acorde hoje à noite.
(Valeu Courtney, me poupou de escrever um texto)
Vinil e mono
E procuramos outros caminhos
Cara, éramos tão idiotas
Essa é a parte do livro que você escreveu
Onde eu venho e salvo o dia?
Você sentiu minha falta?
Você sentiu minha falta?
Bem, eles dizem que o rock está morto
E provavelmente estão certos
99 garotas na fossa
Teve mesmo que chegar a isso?
Ah Deus, você me deve mais uma música
Então posso te provar que sou muito melhor que ela
Ah Deus, por favor, escute rápido
Aí vem o estrondo
Nós vamos ressuscitar
Nós vamos esmagar tudo
Você não nos abandonará novamente
Dê-nos garotas brilhantes com quem a gente queira foder, cara
Cheias de ecstasy, drogas pesadas e má sorte
Acenda as luzes de novo
Você queimou tanto, mas não continuará queimando
Três acordes no seu bolso hoje à noite
É você, é você a tal
Com o carisma pra trazer meu Punk Rock de volta à vida?
Ah Deus, eu quero ouvir você dizer
Eu quero ouvir você dizer que está arrependida de novo
Ah Deus, você me deve mais uma música
Então posso te provar que sou muito melhor que ela
Ah Deus, eu daria qualquer coisa
Para te ouvir dizer que eu estava certo e você estava errada
Ah Deus, antes de eu deixar esta vida
Permita-nos amar
Prostitutas nunca vão gozar
Apenas me devolva-a pra mim
Exploda todas as luzes hoje à noite
Dois milhões de milhas na PCH
(E agora ela se foi)
Eu rasguei seus pneus, eu estraguei seus freios
(Isso teve que ser feito)
Sua vida de punhetas era muito cruel
(É, justiça foi feita)
Nós afogamos todos eles em suas piscinas
Fuja, fuja, fuja
Agora Deus, eu quero ouvir você dizer
Eu quero ouvir você dizer que você estava errada de novo
Ah Deus, eu quero ouvir você dizer
Eu quero ouvir você dizer que sou muito melhor que ela
Ah Deus, você nos deve mais uma música
Saia da minha vida, veja esse mundo como ele realmente é
É apenas um triste show
Não pode fazer uma prostituta gozar
E permita-nos amar
Eu preciso de uma coisa que é divina
Deixe-me ouvir hoje à noite
Deixe-me ouvir hoje à noite
Eu tenho que ouvir hoje à noite
Você vai me deixar ouvir o último acorde hoje à noite.
(Valeu Courtney, me poupou de escrever um texto)
Paint it black
Somos ambos quebrados, todos vazios feitos de camadas sobre camadas, como ela me disse. Quanto mais ando por aí, mais pessoas fragmentadas desejando a mesma coisa eu encontro. Porque essas coisas nos são negadas? É tudo tão simples, basta ser verdadeiro. Esse sentimento de vazio nas pessoas está se unindo e sugando tudo aquilo que deveria ser bom. Estamos lutando uns contra os outros pra provar quem se sente menos vivo, e dia após dia encontramos alguém que realmente nos faz sentir como se já estivéssemos mortos.
Somos todos transparentes, nos pintando de preto por medo que alguém veja algo de bom em nosso peito.
Somos todos transparentes, nos pintando de preto por medo que alguém veja algo de bom em nosso peito.
The everlasting gaze
Vingança. ela se espalha pelo ar, entra em seu corpo pelos poros abertos. O sentimento escondido junto com a violência nos olhos da criança. O que se resta quando a única coisa que te move é esse sentimento? e pior ainda, quando você não deseja mais torná-la real? ninguém sabe como é ser cruel por baixo desses olhos...
segunda-feira, 12 de março de 2012
Untitled #1
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Te digo adeus, e essa frase já é por si só um tanto quanto irônica. Por favor me deixe tropeçar nos meus próprios passos. Amor não é amor enquanto não sangrar
Te digo adeus, e essa frase já é por si só um tanto quanto irônica. Por favor me deixe tropeçar nos meus próprios passos. Amor não é amor enquanto não sangrar
Manual de instruções (funções básicas do modo aleatório: introdução, p1)
ATENÇÃO: Leia atentamente TODO o manual antes de ligar seu equipamento; Ignorar qualquer etapa das instruções pode acarretar em um funcionamento ineficaz e total perda da garantia do produto.
1.1.1_ : HYSTERIA: One of the less severe mental illnesses called neuroses. In hysteria, a person feels physically ill, but is really mentally ill. Conflicts between thoughts and emotions that the person is not aware of cause the distress rather than any physical disease. Psychiatrists call these struggles unconcious conflicts.
A person with hysteria may have any sort of physical complaint. The person may complain of heart disease, of stomach pains, of vomiting, or of weakness of the arms or the legs. In this way, hysteria may imitate any one of many physical illnesses. A hysterical person's muscles, nerves, and organs do not function properly, even though these parts of the body are otherwise healthy. For this reason, doctors often call hysteria a functional neurosis.
People are often called hysterical when they are up-set, excited, and unable to control their feelings. We often hear of "hysterical weeping" or "hysterical rage". Such outbursts of feeling may have nothing to do with the neurosis that psychiatrists call hysteria. In some cases, these outbursts occur in normal persons. They may also occur in persons who have mental illnesses other than hysteria, as well as in those with hysteria.
Psychiatrists usually treat hysteria by using some type of psychotherapy designed to help the pacient understand his or her unconcious conflicts. Treatment with drugs and hypnosis may also be used along with the psychotherapy.
See also: NEUROSIS; MENTAL ILLNESS; PSYCHOTHERAPY.
(by Charles Brenner)
1.1.1_ : HYSTERIA: One of the less severe mental illnesses called neuroses. In hysteria, a person feels physically ill, but is really mentally ill. Conflicts between thoughts and emotions that the person is not aware of cause the distress rather than any physical disease. Psychiatrists call these struggles unconcious conflicts.
A person with hysteria may have any sort of physical complaint. The person may complain of heart disease, of stomach pains, of vomiting, or of weakness of the arms or the legs. In this way, hysteria may imitate any one of many physical illnesses. A hysterical person's muscles, nerves, and organs do not function properly, even though these parts of the body are otherwise healthy. For this reason, doctors often call hysteria a functional neurosis.
People are often called hysterical when they are up-set, excited, and unable to control their feelings. We often hear of "hysterical weeping" or "hysterical rage". Such outbursts of feeling may have nothing to do with the neurosis that psychiatrists call hysteria. In some cases, these outbursts occur in normal persons. They may also occur in persons who have mental illnesses other than hysteria, as well as in those with hysteria.
Psychiatrists usually treat hysteria by using some type of psychotherapy designed to help the pacient understand his or her unconcious conflicts. Treatment with drugs and hypnosis may also be used along with the psychotherapy.
See also: NEUROSIS; MENTAL ILLNESS; PSYCHOTHERAPY.
(by Charles Brenner)
sexta-feira, 9 de março de 2012
Losing my religion
Voltando para casa bêbado, e você sabe que fico com um sorriso idiota quando estou assim. No caminho, me debatendo dentro do ônibus velho eu comecei a lembrar das coisas, e das coisas que sinto falta. Não é que eu queira reclamar, estou tendo a vida que sempre quis, com o emprego legal que eu sempre sonhei e com várias garotas que fingem gostar de mim. Algumas até tem aquele seu charme de dizer coisas sobre sacanagem sem ficar vermelha, mas a minha cabeça está em outro lugar agora. Não consigo descobrir se sinto falta de você reclamando que eu estou roubando sua coberta de madrugada, ou de você me enchendo o saco por causa do meu cabelo. Sabe, as pequenas coisas me fazem tão feliz que eu não deveria estar lembrando de coisas tão sem importância, como quando minha professora me disse que eu era um cara diferente ao me ver naquele maldito lugar. Eu sei que você sente a minha falta, (não estou sendo convencido como você odiava), não precisou você me dizer ou contar para alguém, estava escrito em seus olhos na última vez que te vi, usando aquela porra de blusa que eu sempre odiei. Mas o que eu posso fazer? você estava tão convicta da sua escolha que o melhor que eu poderia ter feito era sumir, como fiz. Não tenho mais tempo para brincar do que não sou, nem pra tentar te convencer que mudei. Eu estou ficando velho, como você disse que eu ficaria, e a vida me arrasta a cada segundo para um mundo diferente. Um mundo novo, e um mundo sem você.
Dói, mas passa. Como a bebedeira passa trazendo a ressaca e como você um dia me ensinou que tudo sempre passa...
(nota: texto originalmente escrito em 27 de setembro de 2009)
Dói, mas passa. Como a bebedeira passa trazendo a ressaca e como você um dia me ensinou que tudo sempre passa...
(nota: texto originalmente escrito em 27 de setembro de 2009)
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